Caracterização físico-química do resíduo agroindustrial dos frutos do bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) com objetivo de produção de insumos para indústria de alimentos e química

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Soares, Alexandre Gonçalves lattes
Orientador(a): Soares, Alexandre Gonçalves lattes
Banca de defesa: Freitas, Maria Cristina Jesus, Leite, Milane de Souza, Ferreira, André Teixeira da Silva, Machado Junior, Hélio Fernandes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9265
Resumo: O bacurizeiro (Platonia insignis, Mart), árvore nativa da Amazônia e encontrada de forma subespontânea e explorada de maneira extrativista nas regiões norte e nordeste do Brasil. Seus frutos são utilizados na produção de polpas, néctares, refrescos, sorvetes, sobremesas, doces, licores, balas e muitos outros produtos. O processo fabril aproveita somente a polpa, que pode variar de 10 a 18% do fruto, sendo o restante, constituído de cascas (64 – 70%) e sementes ou caroços (13 – 26%), gerando um grande volume de lixo sem nenhum aproveitamento. Foi realizada uma caracterização físico – química das cascas e sementes do Bacuri para apontar potenciais aplicações na industria química e de alimentos. Os resultados desse trabalho mostraram que as sementes ou caroços dessa fruta contêm em média 31,88 ± 0,60% de lipídeos o que o habilita para sofrer processo de prensagem. Os teores de proteína de casca (2,78 ± 0,28) e semente (3,43 ± 0,87) são elevados se comparados a outras frutas ou outros resíduos de frutas, já pesquisados. A fibra insolúvel dos resíduos mostrou valores elevados se comparadas a outras cascas e caroços com aproveitamento em estudo. Os resultados de Pectina encontrados foram bons se comparados a outros resíduos não cítricos e mostraram bom potencial de exploração dessa importante fibra solúvel. Os resultados para minerais foram heterogêneos, mas mostraram elevados teores de Mg, Mn, Na, K e Ca. Foi utilizado processo de prensagem sob aquecimento brando para extrair o óleo, constituído de duas porções, uma fração sólida e uma liquida. O perfil em ácidos graxos dessas frações é formado por ácidos graxos saturados e insaturados em proporções equivalentes, com destaque para os ácidos palmítico (40,6%), oléico (28%) e palmitoléico (22,1%), com potencial aplicabilidade em alimentos e cosméticos. Esse óleo prensado tem composição semelhante ao óleo tradicionalmente obtido por extração com solvente, mas pode ser obtido com prensas de pequeno porte, o que torna viável seu emprego pelas populações envolvidas no processo de coleta, sem maiores riscos ambientais. O óleo de bacuri foi transesterificado e demonstrou capacidade de conversão em biodiesel, confirmada por análise cromatográfica. As cascas forma convertidas, por pirólise, em carvão vegetal apresentando boa capacidade de adsorção. Os resíduos da exploração do Bacuri apresentaram resultados promissores para a sua aplicação em diversos produtos e segmentos, e mostraram que a exploração direcionada dos insumos provenientes desse fruto podem ser uma alternativa de ação sustentável, gerando renda para as populações que hoje praticam o extrativismo do bacuri, e agregando valor a um resíduo agrícola, com impacto direto na economia e no meio ambiente da região produtiva.