Influência de fatores físicos do recurso alimentar na dinâmica do comportamento de forrageamento de Nasutitermes corniger (Motschulsky, 1855) (Blattodea: Termitidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Thiago Sampaio de lattes
Orientador(a): Gazal e Silva, Vinícius Siqueira
Banca de defesa: Gazal e Silva, Vinícius Siqueira, Resende, André Luis Santos, Moscatelli, Maria Lúcia França Teixeira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13554
Resumo: Nasutitermes corniger (Motschulsky) tem se adaptado bem ao ambiente urbano, causando prejuízos econômicos significativos. Por outro lado, o controle eficiente dessa espécie como praga depende da geração de informações sobre o seu forrageamento. Esse estudo teve como objetivo conhecer a dinâmica de N. corniger, baseando-se na análise de eventos que regulam o seu forrageamento, em condições de laboratório, quando o alimento é disponibilizado em diferentes aspectos. Este trabalho foi então construído em três capítulos em que foram analisados o tamanho (capítulo I), a quantidade (capítulo II) e a distância do recurso alimentar em relação à colônia desse térmita (capítulo III). Colônias de N. corniger foram coletadas em área recuperada da Mata Atlântica e levadas ao laboratório, sendo acondicionadas em cubas de vidro conectadas as arenas de teste. Nos três capítulos, o recurso alimentar usado foi madeira (cerne) de Eucalyptus grandis (Myrtaceae). No capítulo I, testaram-se estacas dessa madeira com mesma seção transversal retangular (2,5 cm x 2,0 cm) em três comprimentos distintos (5, 10 e 15 cm). No capítulo II, testaram-se blocos de madeira (5,0 cm x 2,5 cm x 2,0 cm) em quatro quantidades (1, 2, 3 e 4 blocos/arena). No capítulo III, blocos de madeira (5,0 cm x 2,5 cm x 2,0 cm) foram disponibilizados em três diferentes distâncias (10, 20 e 30 cm) das colônias. Cada teste teve duração de 60 minutos e ao final os térmitas presentes sobre cada tratamento foram separados por castas e contabilizados. Os testes foram repetidos com 20 colônias e, a cada teste, a posição dos tratamentos na arena foi aleatorizada. Foram determinadas as seguintes variáveis: percentuais de ocorrência de três eventos comportamentais de forrageamento (exploração inicial, recrutamento inicial e recrutamento em massa de operários), tempo de ocorrência desses eventos e quantidade de indivíduos recrutados [total de indivíduos, total de soldados, total de operários e total de operários em roedura (iniciando a fragmentação das fibras da madeira)]. Os resultados obtidos no capítulo I mostraram que a ocorrência dos eventos comportamentais foi influenciada pelo comprimento da madeira. Madeiras de 10 e 15 cm favoreceram maior ocorrência de exploração e recrutamento inicial. A maior ocorrência de recrutamento em massa de operários ocorreu nas estacas de 10 cm, diferindo significativamente dos outros dois comprimentos testados. O comprimento influenciou também o número total de térmitas (operários e soldados) recrutados e o número total de operários em roedura, sendo ambos superiores na madeira de 10 cm (183,4 ± 6,2 e 144,7 ± 4,9, respectivamente), diferindo significativamente dos outros dois tamanhos. Esse fator físico da madeira não influenciou as demais variáveis. No capítulo II, observou-se que N. corniger exibiu os três eventos comportamentais em todos os tratamentos, mas a quantidade de madeira não influenciou a ocorrência da exploração inicial e do recrutamento inicial. No recrutamento em massa de operários, houve uma preferência para a maior quantidade de madeira. Não houve diferença significativa entre os tratamentos em relação às demais variáveis. Os resultados obtidos no capítulo III mostraram que a distância influenciou as ocorrências dos três eventos comportamentais, as quais foram iguais nas distâncias mais curtas (10 e 20 cm), mas foram significativamente maiores do que na maior distância (30 cm). Contudo, a distância não influenciou às demais variáveis.