Avaliação biológica e química do cálcio e do ferro da farinha obtida do casco de Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa) em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Scarlato, Renata Cristina lattes
Orientador(a): Gaspar, Arlene lattes
Banca de defesa: Boaventura, Gilson Teles, Freitas, Sidinéa Cordeiro de, Mársico, Eliane Teixeira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9332
Resumo: Nos últimos anos, houve um crescimento da queloniocultura brasileira, com aumento do volume de abate de Podocnemis expansa. Considerando a grande quantidade de subprodutos de abate descartados e os estudos preliminares comprobatórios referentes à presença significativa de cálcio e ferro no casco de P. expansa, este estudo foi realizado com intuito de avaliar a biodisponibilidade destes minerais na farinha obtida a partir do casco em Rattus norvegicus machos, recém-desmamados, após desenvolvimento de metodologia para sua obtenção. Os cascos foram obtidos de tartarugas em idade de abate, originárias de criatório registrado pelo IBAMA. A farinha obtida apresentou 5,52% de umidade; 24,76% de proteínas; 0,64% de lipídeos; 42,45% de cinzas; 7.700,04mg Ca/100g; 19,65mg Fe/100 g e 104,82 kcal/100g. Esta foi utilizada na composição de ração para repleção de ratos previamente depletados em cálcio e ferro. Na 1a etapa (depleção), que durou 35 dias, o grupo controle recebeu ração ad libitum, contendo fontes convencionais de cálcio e ferro em quantidades adequadas e os grupos depletados em cálcio e em ferro, rações contendo 50% do cálcio e do ferro, respectivamente, recomendados por Reeves et al. (1993), em quantidade diária correspondente à 50% da ingerida pelo grupo controle. Na 2ª etapa (repleção), com duração de 49 dias, os grupos controle e metade dos grupos depletados em cálcio e em ferro receberam ração controle e os demais, ração suplementada com farinha de casco, ad libitum. Foram analisados teores de cálcio, ferro, valor calórico e composição centesimal das rações. Determinou-se hematócrito; hemoglobina; cálcio, ferro e fósforo séricos; colesterol total; triglicerídeos; fosfatase alcalina; albumina; coeficientes de digestibilidade aparente do cálcio e do ferro; ganho de peso; consumo total de ração, proteínas e energia; índice de crescimeto (IC) e coeficiente de eficiência alimentar. Conforme planejado, as rações atenderam os requisitos desejados, apresentando-se depletadas e suplementada em minerais. Concluiu-se que o objetivo de depletar em cálcio e ferro foi atingido, através da oferta das rações e que a ração suplementada com farinha de casco foi incapaz de recuperar os animais depletados em cálcio e em ferro, devido à baixa biodisponibilidade destes minerais na farinha estudada. Parece ocorrer uma interação negativa na absorção entre cálcio e ferro na farinha de casco, devido à superior concentração de cálcio presente. A proteína presente na farinha foi classificada como sendo de baixa qualidade, proporcionando baixo IC. Concluímos que a farinha de casco de P. expansa não é uma boa fonte de cálcio e ferro para ratos. Sugerimos estudos nas áreas de ciências do solo e agronomia, visando aproveitamento da farinha obtida em benefício da agricultura orgânica, evitando descarte inadequado e acúmulo ambiental do casco, havendo viabilidade econômica e tecnológica para tal.