Extrativismo e segurança alimentar: a agroindustrialização de frutos do cerrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lima, Leandro Patrício Pereira lattes
Orientador(a): Tabai, Katia Cilene lattes
Banca de defesa: Tabai, Katia Cilene, Castro, Fernanda Travassos de, Azeredo, Denise Rosane Perdomo
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10393
Resumo: A região norte de Minas Gerais se caracteriza pelo bioma Cerrado e sofre forte influência do clima semiárido, o que condiciona a população a grande desigualdade e vulnerabilidade social e alimentar. Como alternativa de renda, muitas famílias de agroextrativistas coletam frutos típicos e tradicionais do cerrado para elaboração de polpas, óleos, doces e geleia das frutas coletadas. Este estudo teve como objetivos traçar um perfil socioeconomico e produtivo dos agroextrativistas de frutos do cerrado; analisar as estratégias de competitividade diante da cadeia de valores das agroindústrias de processamento de frutos do cerrado e avaliar a intersetorialidade nas políticas públicas de acesso a segurança alimentar e nutricional e fomento a agroindústria de frutos do cerrado no norte de Minas Gerais. E em relação aos objetivos específicos a saber: a) traçar um perfil sociodemográfico dos agroextrativistas da Unidade Comunitária de Beneficiamento de Plantas e Frutos do Cerrado de Água Doce em Bonito de Minas; b) averiguar a eficiência na gestão da Unidade Comunitária de Beneficiamento de Plantas e Frutos do Cerrado de Água Doce em Bonito de Minas e c) avaliar a importância da agroindústria de frutos do cerrado na segurança alimentar e nutricional e sua intersetorialidade. Este trabalho teve início no mês de janeiro de 2018 e está autorizado pelo parecer da Comissão de Ética na Pesquisa (COMEP) da UFRRJ, dentro do Projeto de Pesquisa intitulada “Segurança alimentar: a intersetorialidade no Brasil” (Protocolo Nº 797/2016). No estudo de caso, o perfil dos 25 agroextrativistas da comunidade de Água Doce demonstrou ter maior número de mulheres, que coletam os frutos do cerrado para garantia de alimento e renda no núcleo familiar, com idades entre 21 e 30 anos, sendo a principal fonte de renda a atividade extrativista, baseada principalmente no pequi e no buriti. Os maiores problemas enfrentados na coleta de frutos e na agroindústria são a falta de logística de transporte, a identificação do comprador e o baixo preço do produto. Isso se deve, em sua maioria, a baixa organização do grupo em planejar a safra e agregar valor aos produtos. As vantagens competitivas da agroindústria devem ser baseadasna estratégia de “Liderança geral de Custos” e os novos produtos desenvolvidos conferem valor aos clientes pelo “Enfoque”. A aproximação com outras instituições precisa ser valorizada para que fortaleça uma rede de cooperação e produção regional e traga o crescimento no setor. O apoio governamental, com políticas públicas, ainda é necessário para que ocorra organização do grupo e melhoria da produção em escala na região. Percebe-se que a intersetorialidade vem sendo buscada no estado de MG. No entanto, há necessidade de maior interação de peças orçamentárias e o planejamento dos programas e ações entre secretarias e setores públicos. A agroindústria obteve vantagens competitivas diante do apoio de projetos financiados por políticas públicas em nível estadual e federal.