Erística: uma arte do falar e argumentar em Platão e Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Couto, Daiana Carolina da Silva Fernandes lattes
Orientador(a): Costa, Admar Almeida da
Banca de defesa: Costa, Admar Almeida da, Haddad, Alice Bitencourt, Maciel, Marcelo da Costa, Menezes Neto, Nelson de Aguiar
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13490
Resumo: Uma arte, a arte do falar e do argumentar, denominada erística, a partir do pensamento de dois filósofos antigos, Platão e Aristóteles foi o objeto do estudo desenvolvido na presente dissertação. Neste sentido, a erística pode ser entendida como uma arte do falar, através de uma disputa verbal, que envolve um convencimento, mesmo que este convencimento seja apenas de modo aparente, através de argumentos plausíveis e não necessariamente argumentos verdadeiros. Para tal investigação foi realizada uma seleção de obras destes dois filósofos, nas quais a erística é abordada. Para Platão foram selecionados os diálogos Eutidemo, Mênon e Sofista. O diálogo Eutidemo foi selecionado por abordar diretamente a erística, através da discussão entre os irmãos Eutidemo e Dionisodoro com os interlocutores Sócrates, Clínias e Ctesipo; onde os irmãos realizam uma demonstração desta arte do falar e do argumentar, demonstrando a erística na prática. Já o diálogo Mênon foi escolhido por exibir a erística como detentora de poderes entorpecedores, poderes estes capazes de envolver qualquer pessoa em uma discussão, levando-a a cair em aporia, além de apresentar o paradoxo erístico, através da discussão de Sócrates com Mênon, e uma pequena participação do escravo de Mênon. Por fim, o diálogo Sofista foi adotado por ser um diálogo em que é possível observar as singularidades do filósofo, do sofista e do erístico, delineando o papel de cada um destes, principalmente na discussão entre Teeteto e o Estrangeiro de Eleia. Para Aristóteles, foi selecionado o tratado denominado Refutações Sofísticas ou Elenchos Sofísticos, pois foi neste tratado que Aristóteles sistematizou a erística, confirmando sua definição realizada nos Tópicos, bem como descrevendo a maneira de participar de uma disputa erística, além de descrever como os interlocutores devem realizar as perguntas e oferecer as respostas de modo erístico, especialmente através da finalidade e da utilidade da erística. Desta forma é possível destacar a influência de Platão sobre o pensamento de seu discípulo Aristóteles, e o caráter educativo que a erística possui, especialmente para as pessoas que desejavam falar em público, como por exemplo nas assembleias e nos tribunais. É neste contexto da educação que a erística aparece como um ponto forte e positivo. Uma pessoa educada eristicamente, torna-se habilidosa em formular argumentos plausíveis e com alto valor de convencimento, assim, consequentemente torna-se hábil em debater sobre qualquer assunto com qualquer pessoa, sempre conseguindo sucesso no debate ou pelo menos, o aparente sucesso.