Descrição histológica e histoquímica da parede do trato gastrointestinal da coruja orelhuda (Asio clamator) e do carcará (Caracara plancus) e imuno-histoquímica para detecção e identificação de células do sistema neuroendócrino difuso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Chaves, Rodrigo lattes
Orientador(a): Pinheiro, Nadja Lima
Banca de defesa: Pinheiro, Nadja Lima, Sales, Armando, Ferry, Fernando Raphael de Almeida, Mendes, Rosa Maria Marcos, Chagas, Walker André
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9196
Resumo: O papel do Sistema Neuroendócrino Difuso na regulação da função gastrointestinal é inegável, porém sua regulação fenotípica ainda não foi completamente esclarecida, demonstrando então a importância do estudo em espécies com diferentes hábitos alimentares. Considerando que a premissa básica de estudos biológicos deve ser a Biologia Comparada, integrando diferentes áreas de conhecimento, buscou-se: Descrever histologicamente a parede do trato gastrointestinal de Asio clamator e Caracara Plancus, evidenciar histoquimicamente a presença de glicosaminoglicanos ácidos e neutros e localizar imunohistoquimicamente as células do Sistema Neuroendócrico Difuso com seus respectivos peptídeos reguladores, para demonstrar que estas células e seus peptídeos reguladores encontram-se também em espécies de Falconiformes e Strigiformes Para cumprir esses objetivos, foi realizado um estudo histológico (com a coloração pela H-E) e histoquímico (com a técnica do ácido periódico de Schiff e do alcian blue PH 2,5) para descrição dos órgãos do trato gastrointestinal de 2 indivíduos de cada uma das seguintes espécies, Caracara plancus (Falconidae) e Asia clamator (Strigidae), além do estudo imunohistoquímico para detecção e identificação de células secretoras de gastrina, glucagon, serotonina e somatostatina. Os resultados demonstraram que a organização da parede do trato gastrointestinal das espécies estudadas é típica das aves, com mucosa, submucosa, muscular e serosa (adventícia no esôfago e sem submucosa no ventrículo). No esôfago, o epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado, apresentando poucas camadas celulares na coruja-orelhuda e muitas no carcará. As glândulas da mucosa tubulosas, apresentaram ramificações na coruja-orelhuda e mostraram-se tubuloacinosas no carcará. A lâmina própria, a muscular da mucosa, a submucosa, a camada muscular e a adventícia são típicas. As glândulas da mucosa do esôfago foram marcadas pelas técnicas histoquímicas. Células imunorreativas aos anti-soros não foram detectadas no esôfago. A descrição histológica do proventrículo é típica das aves. As técnicas histoquímicas evidenciaram um epitélio mucossecretor. Foram observadas células imunorreativas à gastrina, ao glucagon, à serotonina e à somatostatina nas glândulas da submucosa na coruja orelhuda e ao glucagon e à somatostatina no carcará. No ventrículo a descrição histológica é típica. A histoquímica evidenciou um produto de secreção sintetizado pelas glândulas tubulares da região mucosa. Não foram detectadas células imunorreativas ao anti-soros em nenhuma das aves. A descrição histológica dos intestinos é típica. A histoquímica evidenciou as células caliciformes. Na coruja orelhuda, foram observadas no epitélio e nas glândulas de Lieberkühn células imunorreativas ao glucagon e à serotonina, e à gastrina somente no epitélio. No carcará, foram observadas nas glândulas de Lieberkühn células imunorreativas ao glucagon. Com base nos resultados obtidos, concluiu–se que os diferentes segmentos do tubo digestório da coruja-orelhuda e do carcará apresentam a mesma estrutura geral de outros vertebrados e mais especificamente de aves; que células produtoras de glicosaminoglicanos neutros e ácidos também são observados nessas espécies; e que a localização de células endócrinas no trato gastrointestinal foi essencialmente semelhante à de outras aves estudadas.