Avaliação dos impactos sócio ambientais na bacia hidrográfica do Valão dos Bois em Seropédica-RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Vinicius Perrut dos lattes
Orientador(a): Schueler, Adriana Soares de
Banca de defesa: Schueler, Adriana Soares de, Pereira, Denise de Alcântara, Carvalho, Daniel Fonseca, Schlee, Monica Bahia
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12044
Resumo: O município de Seropédica, após o início das obras da rodovia Raphael de Almeida Magalhães a BR 493 conhecida como Arco Metropolitano do Rio de Janeiro em seu território, ganhou grande visibilidade regional, em função de seus atributos locacionais. Frente à proclamada certeza do crescimento econômico, o clamor da administração municipal por um processo de industrialização em seu território não é acompanhado de um planejamento territorial que suporte esse futuro cenário de crescimento. Este estudo produziu dados quantitativos das interferências no Valão dos Bois recorrendo para isso à medições de suas características morfométricas, de parâmetros físico-químicos relacionados a qualidade de água como DBO5,20, DQO, ST e OD, à simulação computacional de processos de autodepuração e à simulação de processos de precipitação, infiltração, escoamento superficial e lixiviação em quatro cenários de ocupação das áreas urbanizadas da bacia hidrográfica, para chuvas com cinco períodos de retorno distintos. O resultado das medidas da morfometria do Valão dos Bois e seus afluentes revelou que o canal foi projetado para escoar grandes vazões, associados a períodos de retorno de 50 anos. Porém, em muitos trechos, ocupações irregulares às suas margens, estreitam o canal de forma a favorecer inundações mesmo durante precipitações com índices pluviométricos ordinários. A análise dos parâmetros de qualidade da água revelou alta concentração de carga orgânica na maioria dos trechos, principalmente nos trechos próximos às áreas urbanizadas. Os resultados das simulações de processos de autodepuração revelaram que os despejos de esgoto de forma contínua e espalhada ao longo de todo o Valão dos Bois, principalmente nos trechos próximos às áreas urbanizadas, aumentam a extensão do trecho poluído dentro do processo de mistura e diluição dos efluentes denominados de zonas de degradação e recuperação respectivamente. As simulações dos cenários de ocupação revelaram que embora a área urbanizada (mais impermeabilizada) da bacia hidrográfica do Valão dos Bois seja muito pequena, pequenos incrementos no índice de impermeabilização elevam muito as taxas de escoamento superficial e picos de escoamento. Com isso, diante do aumento populacional esperado, recorreu-se a simulação computacional de implantação de trincheiras de infiltração que apesar de alterarem a área impermeabilizada do município na ordem de 0,2%, foi suficiente para reduzir os índices de picos de escoamento entre 8,5% e 206% nas diferentes sub-bacias. Como dos 114 km² da bacia do Valão dos Bois apenas 6km² são áreas impermeabilizadas, verificamos que para as sub-bacias menos impermeabilizadas a manutenção dos canais é suficiente para estabelecer índices elevados de qualidade da água nos cursos d’água. Para as sub-bacias com maior área urbanizada (com maior índice de impermeabilização) recomenda-se um movimento no sentido de estabelecer diretrizes para o uso e ordenamento de ocupação do solo evitando estreitamento dos canais de drenagem por ocupação irregular de suas margens, a adoção de medidas de controle não estruturais, associados a medidas como a concentração dos despejos em um ponto específico em cada sub-bacia evitando o espalhamento dos pontos de despejos de efluentes, e a implantação das trincheiras de infiltração como complementação aos sistemas convencionais de drenagem e esgotamento.