A construção da primazia e da autoridade da ecclesia de Roma no contexto da controvérsia donatista: embates entre donatistas e nicenianos pela unidade da Ecclesia de Cristo (Sécs.III-V E.C.)
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14022 |
Resumo: | Estudo da relação entre a resistência do movimento donatista ao projeto niceniano de Ecclesia universalizante e o fortalecimento da primazia e da autoridade da ecclesia de Roma, entre os séculos III e V E.C. A partir do século IV, sob o governo do imperador Constantino, as comunidades cristãs têm seu status jurídico alterado de superstitio para religio licita, recebendo validação como mais uma religião existente no Império e, gradativamente, alcançando o patamar de religião oficial. Tal integração dos cristãos ao projeto político do imperador considera o nível de aceitação e difusão das comunidades cristãs no Império, em várias camadas sociais, e também o serviço de bem-estar social prestado por elas, creditando a elas o papel de elemento de agregação social do projeto de unidade do Império romano. No entanto, para que as comunidades cristãs ofereçam a coesão desejada à diversidade que compõe o Império, faz-se necessário que elas se tornem um corpo unificado, visto que a realidade heterogênea de sua existência ocasiona frequentes disputas e rivalidades, o que não seria coerente com a política adotada por Constantino e com a sua expectativa colocada sobre os cristãos. Dentro da pluralidade cristã, encontramos, entre outras comunidades, os donatistas e os nicenianos, entre os quais não se vê espaço para as negociações em torno da unidade. Os nicenianos, um alinhamento de comunidades em torno da primazia de Roma, que possui estrutura e ideal universalizante que se identificam e se colocam a serviço do projeto de unidade de Constantino, enquanto também são beneficiados e reconhecidos como catholicos, desejam a absorção dos donatistas em sua Ecclesia universal, acusando-os de cismáticos e, posteriormente, de heréticos. Os donatistas, comunidades de cristãos do norte da África que prezam pela autonomia de seus ritos e crenças, para os quais reivindicam a autoridade da tradição cristã africana, evocando nomes como o do bispo Cipriano de Cartago (meados do século III E.C.), defendem uma Ecclesia cujo conceito de catolicidade está ligado à integridade de sua linhagem, que remonta aos mártires, e à pureza de seus adeptos, principalmente dos que exercem funções eclesiásticas, não sendo, ainda, favoráveis à aliança Império-Ecclesia. Trata-se de um período de construção de identidades cristãs, cujos embates serão desequilibrados pelo fator político que representa a necessidade de estabilidade do Império romano, o qual, não podendo assistir passivamente à ruína da base de sua unidade, representada pelas divergências identitárias das comunidades cristãs, combate, em parceria com os nicenianos, os elementos dissonantes de seu projeto. |