Razões da sustentabilidade do Governo da Floresta: uma releitura dos aspectos políticos e econômicos do desenvolvimento do Estado do Acre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Mauro César Rocha da lattes
Orientador(a): Lima, Eli de Fátima Napoleão de lattes
Banca de defesa: MEDEIROS, LEONILDE SÉRVOLO DE, DELGADO, NELSON GIORDANO, CAMELY, NAZIRA, LIMA, MARIA DO SOCORRO BEZERRA DE
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9458
Resumo: Na década de 1990 que antecedeu o início do século XXI uma máxima político-econômica de dupla significação entrou na moda mundial e figurou como premissa irrepreensível de interpretação da sociabilidade humana devido seu amplo respaldo no círculo acadêmico, a saber: i) a promulgação da extinção da política e, portanto, do Estado enquanto instância reguladora do ordenamento social; ii) e a reafirmação da predominância do mercado barganhador expresso pelo receituário neoliberal, como a principal orientação da existência social entre os homens. Confrontado por esse pressuposto genérico, este trabalho de pesquisa procura investigar, a partir do tema do desenvolvimento, como se poderia explicar a crescente importância da ação do Estado do Acre na condução do desenvolvimento regional durante o período em que se prescrevia o desaparecimento da esfera estatal? Ademais, como teria sido possível o Governo da Floresta promover melhoras relativas das condições materiais de vida social quando se advogava em alto e bom tom o domínio do interesse estritamente econômico diante dos objetivos sociais de suprir as demandas coletivas dos ordenamentos humanos? Enfim, diante de tanto descrédito do caráter político da vida social e da precarização das condições materiais de vida em escalada planetária, o que teria justificado a enorme legitimidade do Governo da Floresta face ao visível desvirtuamento do poder político enquanto instrumento essencial de orientação das sociedades para superação das suas necessidades? A experiência de constituição do Acre, ao contrário do que se tem dito, tem demonstrado a persistente coexistência das instâncias da economia e da política na formação do Estado e do mercado acreano, de modo que se durante todo o concurso da história do Acre tenha ocorrido prosperidade material para atender as necessidades crescentes do conjunto da população local, foi em razão do contínuo e tenso condicionamento do duplo movimento do qual fala Karl Polanyi: de um lado, a ação política voltada para a proteção social, e de outro, o impulso do desenvolvimento econômico. O Governo da Floresta, objeto deste estudo, corresponde ao resultado de um desses momentos em que o poder político esteve bastante entrelaçado ao interesse econômico, ao passo, que se houve a restauração da dinâmica econômica assim como conquistas sociais isso ocorreu devido o grau da combinação com que esses interesses se enfrentaram e\ou ajustaram-se por dentro do tabuleiro de forças da política econômica do Estado do Acre.