Análise da microestrutura de escamas de serpentes Xenodontinae em associação à ocupação de diferentes microhabitats

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Silva, Ramon Brum de Moraes e lattes
Orientador(a): Rocha-Barbosa, Oscar lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
MEV
Palavras-chave em Inglês:
SEM
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10893
Resumo: A morfologia dos organismos pode relacionar-se com o ambiente. Contudo, muitas serpentes são tão semelhantes em seus padrões morfológicos que se torna difícil distinguir divergências adaptativas a olho nu. Diversos autores sugerem que as microornamentações das escamas de répteis têm significância funcional. Nosso trabalho comparou variações na micromorfologia da superfície das escamas de diferentes espécies de serpentes da subfamília Xenodontinae com microhabitats distintos, a saber: Sibynomorphus mikani (terrestre), Imantodes cenchoa (arbórea), Helicops modestus (aquática) e Atractus pantostictus (fossória). Foram retiradas da região mediana do corpo das serpentes escamas dorsais, laterais e ventrais. Após isso, foram pulverizadas com ouro e analisadas através da microscopia eletrônica de varredura (MEV). As espécies apresentaram microestruturas similares, como microcovas e espículas quase sempre direcionadas para a região caudal das escamas. Porém, diferenças na forma e no padrão microestrutural foram singulares em cada espécie. Sibynomorphus mikani e I. cenchoa mostraram espículas grandes e enfileiradas que sobrepõem as camadas subseqüentes na superfície das escamas. Em espécies com longas denticulações sobrepostas sobre as bordas posteriores, é esperada maior resistência friccional da direção posterior para a anterior das escamas. Tal disposição pode favorecer a locomoção desses animais em ambientes que requerem mais atrito para a locomoção. Em H. modestus, as espículas são menores e mais afastadas das fileiras posteriores, sugerem uma diminuição da força de resistência à água durante a natação. As microcovas, mais rasas, observadas nesta espécie, podem reter substâncias impermeabilizantes, como já verificado em outras serpentes Colubridae aquáticas. As espículas fundidas às camadas posteriores nas escamas de A. pantostictus formam uma superfície mais regular e sugerem neste tipo de locomoção fossória, ajudar na locomoção, reduzindo o atrito entre escama e o solo. Os dados analisados reforçam a idéia da importância funcional das microestruturas, contribuindo na adaptação dessas serpentes aos seus respectivos microhabitats.