Variabilidade temporal e espacial de parâmetros biofísicos da Mata Atlântica, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Thais Cristina de Oliveira lattes
Orientador(a): Delgado, Rafael Coll
Banca de defesa: Delgado, Rafael Coll, Neves, Leonardo de Oliveira, Rodrigues, Rafael de Ávila, Menezes, Sady Júnior Martins Costa de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola e Ambiental
Departamento: Instituto de Tecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13273
Resumo: A Mata Atlântica considerado o quinto bioma mais ameaçado do mundo e um ―Hotspot‖ de Biodiversidade, cuja conservação e monitoramento se tornam mundialmente prioritários, abriga menos de cem mil quilômetros quadrados, dos mais de um milhão originais, aonde estão localizados 3.517 municípios concentrando cerca de 120 milhões de habitantes e aproximadamente 70% do Produto Interno Bruto brasileiro. O objetivo foi estudar a dinâmica temporal e espacial de parâmetros biofísicos no bioma Mata Atlântica em solo brasileiro do ano de 2000 a 2014, através de dados sensoriais, de forma a subsidiar ações de mitigação e compensação dos impactos causados pela variabilidade do clima. Para isso, foram utilizados dados climáticos (chuva e temperatura média) obtidos junto ao INMET e o índice de vegetação EVI2 obtido através do LAF - INPE, sendo estes dados submetidos aos testes não paramétricos Mann - Kendall e Pettit, a fim de analisar a variação dos parâmetros biofísicos no bioma. A partir desta análise não paramétrica, o EVI2 (CS%) foi submetido a prognose da vegetação através da Cadeia de Markov para os próximos 10 anos (2015 a 2024). Na análise das tendências de chuva, verificou-se que 37% dos dados tendem ao crescimento insignificante, 33% ao crescimento significante, 7% ao decréscimo significativo e 23% de decréscimo insignificante. A tendência significativa de crescimento foi predominante nos anos de 2002, 2004, 2005, 2012 e 2014. Nos anos 2000, 2003, 2007, 2008, 2009 e 2013 a tendência de crescimento foi insignificante. Em relação a temperatura média do ar, verificou-se que a tendência predominante é de significativo decréscimo da temperatura (frequência de 77%), com exceção aos meses de maio de 2000 (0.00039), janeiro de 2001 (0.91905) e fevereiro de 2014 (0.97889) que apresentaram tendência crescente significativa, não significativa e insignificantemente, respectivamente. A vegetação apresentou decréscimo na região Nordeste, na região Sudeste os estados apresentaram uma tendência de crescimento da vegetação, com exceção ao estado do Rio de Janeiro, que apresentou uma tendência insignificante de queda da cobertura florestal do estado. Na região Sul todos os estados apresentaram tendência decrescente do índice de cobertura da vegetação no período estudado, destaca-se o estado do Paraná que a apresentou uma tendência significativa, ao contrário dos outros estados. Na região Centro Oeste verificou-se que o Estado de Mato Grosso do Sul, a tendência é de queda não significativa da cobertura florestal, enquanto que no estado de Goiás essa tendência é significativamente crescente. A estatística não paramétrica aplicada a temperatura média do ar para a Mata Atlântica não é a indicada, devendo ser priorizada a mínima ou a máxima do ar e a análise regional dos dados. O EVI2 mostrou em alguns estados tendência de desertificação no bioma, mas para melhor análise devem ser consideradas variáveis sociais e econômicas além das climáticas e ambientais. Mantendo-se a condição atual da vegetação, os cenários futuros não são otimistas, o que exige do poder público e da sociedade a adoção de um novo olhar para as questões ambientais.