Análise microbiológica da qualidade do leite e avaliação de medidas de prevenção e controle da mastite bovina em unidades leiteiras no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dubenczuk, Felipe Carlos lattes
Orientador(a): Souza, Miliane Moreira Soares de lattes
Banca de defesa: Souza, Miliane Moreira Soares de lattes, Da Ros, César Augusto lattes, Ribeiro, João Batista lattes, Pantoja, Jose Carlos de Figueiredo lattes, Soares, Lidiane de Castro
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9834
Resumo: As constantes atualizações das Instruções Normativas IN-51, IN-62, IN-07, estendendo os prazos para seu efetivo cumprimento e flexibilizando os limites de qualidade exigidos mostram a insipiência da produção de leite de boa qualidade no Brasil. A mastite é um dos principais desafios encontrados nos rebanhos leiteiros, e entre as principais ferramentas utilizadas para o seu controle está a Contagem de Células Somáticas (CCS), um importante indicador de saúde da glândula mamária, relacionada com queda na quantidade e qualidade do leite produzido, redução na qualidade e rendimento dos derivados lácteos e diminuição da vida de prateleira dos produtos. Contagens acima de 200 mil células/mL de leite indicam mastite, em sua maioria causada por agentes infecciosos. O objetivo do presente trabalho foi aplicar um instrumento diagnóstico visando traçar o perfil da atividade leiteira em cada propriedade, avaliar as condições higiênico-sanitárias no processo de ordenha e a execução do programa dos 10 pontos de controle da mastite bovina, bem como avaliar a saúde da glândula mamária, através de análises de CCS e cultura bacteriana e identificar o perfil de resistência aos antimicrobianos dos agentes isolados. Foram avaliadas 14 propriedades, as quais receberam 135 visitas técnicas entre os anos de 2014 e 2018, resultando em 5.631 análises de CCS e 445 análises de cultura bacteriológica. Em 30,8% (137/445) das amostras não houve crescimento bacteriano. Foram obtidos 309 isolados e os agentes prevalentes foram Streptococcus spp. e Staphylococcus aureus. A distribuição de S. aureus foi em 100% (14/14) das propriedades leiteiras e 65% das vacas que apresentaram este agente tiveram ao menos uma análise de CCS acima de um milhão. O perfil de resistência antimicrobiana nesta espécie foi superior a 30% para ampicilina, ciprofloxacina, eritromicina, gentamicina, neomicina, penicilina G e sulfametoxazol + trimetoprim. Para Streptococcus spp. observou-se resistência superior a 50% para eritromicina e sulfametoxazol + trimetoprim. A análise do instrumento diagnóstico revelou que 71% (10/14) dos produtores não conheciam as causas de mastite na propriedade, contabilizando apenas os prejuízos causados pela mastite clínica, com a drástica queda de produção. Além disso, o manejo de ordenha apresentava falhas em diferentes aspectos em todas as propriedades estudadas. Os resultados destacam o programa de 10 pontos como uma excelente ferramenta para diagnóstico, prevenção e controle da mastite bovina e reforça a necessidade de se conscientizar os produtores que um bom trabalho realizado “porteira adentro” permite melhores resultados zootécnicos com aumento de produtividade, melhoria na saúde animal e consequentemente melhor preço no produto final