Ecologia e epidemiologia de flebotomíneos circulantes em áreas endêmicas no município de Seropédica, Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Senne, Nathália Alves de
Orientador(a): Ângelo, Isabele da Costa
Banca de defesa: Almada, Cheryl Gouveia, Rabello, Renata dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11697
Resumo: As leishmanioses representam um grupo de doenças infecciosas, de caráter zoonótico, que colocam em risco mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Sua transmissão ocorre durante o repasto sanguíneo de fêmeas de flebotomíneos infectadas pelo agente etiológico da doença, o protozoário do gênero Leishmania. Devido ao papel fundamental que o vetor desempenha na cadeia de transmissão da doença, objetivou-se neste estudo a avaliação da ecologia e epidemiologia dos flebotomíneos presentes em áreas endêmicas para Leishmanioses no município de Seropédica. Os flebotomíneos foram capturados através de armadilha luminosa tipo CDC, alocadas em áreas peridomiciliares, por três dias consecutivos, durante o período de um ano, em cinco bairros da cidade, localizados em áreas rurais e periurbanas, em que já haviam sido registrados casos de Leishmaniose Tegumentar em humanos. Os flebotomíneos foram identificados quanto à espécie após o processo de clarificação e diafanização, de acordo com Galati (2003). Os índices de temperatura, umidade relativa do ar e índice pluviométrico foram coletados mensalmente no site do instituto de meteorologia (INMET) e correlacionados com a quantidade de espécimes coletados. Um questionário epidemiológico foi aplicado a um proprietário de cada residência aonde foi colocada uma armadilha para obtenção de dados acerca de seu conhecimento sobre as leishmanioses e avaliação das condições do ambiente e fatores que contribuem para a maior proliferação dos flebotomíneos. Os principais dados ecológicos avaliados foram de riqueza e abundância, por meio da utilização dos coeficientes de Shannon e Simpson; para correlação estatística foram utilizados os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Foram coletados um total de 17371 espécimes, identificadas em cinco espécies: Lutzomyia intermedia, Lutzomyia migonei, Lutzomyia pessoai, Lutzomyia whitmani e Lutzomyia fischeri. Dos espécimes coletados 57,5% (9984) eram machos e 42,5% (7387) eram fêmeas. Valão das Louças foi o local que apresentou o maior número de espécimes coletados (9096). O maior índice de Shannon foi registrado em Campo Lindo (H = 0,7021) e a espécie mais abundante foi L. intermedia (69,1%). Foi observada diferença significativa com relação ao número de flebotomíneos coletados nas áreas rurais e periurbanas (p <0,0001) e com relação quantidade de flebotomíneos coletados nos cinco bairros estudados (p <0,0048). O maior número de espécimes foi coletado em condições de 20 a 25ºC, entre 75% e 85% de umidade e índice pluviométrico 0,0 mm. Foi possível observar que a maior densidade de vetores de flebotomíneos predominou nas áreas rurais e que algumas espécies de flebotomíneos estão mais adaptadas ao ambiente peridomiciliar, como L. intermedia. Desta forma, é fundamental que a vigilância epidemiológica implemente medidas de controle dos vetores nas áreas de maior risco para evitar futuros casos de leishmaniose tegumentar em humanos.