Investigação da comunidade de flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) em diferentes ambientes ecológicos visando o monitoramento e controle das leishmanioses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Capucci, Débora Cristina
Orientador(a): Andrade Filho, José Dilermando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48822
Resumo: As modificações antropogênicas no uso da terra ameaçam os ecossistemas naturais dos flebotomíneos e de alguns mamíferos, promovendo a adaptação desses insetos e hospedeiros silvestres aos ambientes urbanizados. Com isso, as leishmanioses vêm apresentando modificações no padrão epidemiológico e expansão geográfica. O município de Pains/MG possui como suas principais atividades econômicas a mineração de calcário, agricultura e pecuária que alteram o uso do solo da região. O presente estudo teve como objetivo correlacionar dados entomológicos, epidemiológicos e geográficos compreendendo a dinâmica dos flebotomíneos em diferentes ecótopos no município. As coletas entomológicas foram realizadas mensalmente no período de agosto de 2018 a julho de 2019, utilizando armadilhas luminosas CDC, modelo HP, distribuídas em 30 pontos em sete regiões ecológicas: mata nativa, caverna, plantações de eucalipto, mineração de calcário, distrito (vila), áreas urbanas e fazendas (currais e pocilga). Foram capturados 1.352 flebotomíneos, compreendendo 701 fêmeas e 551 machos, pertencentes a 12 gêneros e 24 espécies. As espécies mais abundantes foram Evandromyia edwardsi (17.08%), Evandromyia lenti (15.68%), Micropygomyia quinquefer (11.31%) e Nyssomyia whitmani (7.7%). Entre os ambientes estudados, a maior abundância de indivíduos foi observada nos ambientes de mata (26.1%), fazenda (23.67%) e caverna (20.12%). Entre as espécies capturadas, quatro são comprovadas como vetores de Leishmania: Lutzomyia longipalpis, Migonemyia migonei, Nyssomyia neivai e Nyssomyia whitmani; e foram registradas em todos os ambientes. Foi encontrada uma similaridade entre os ecótopos, indicando que todos possuem importância para manutenção da comunidade de flebotomíneos. Do total de 664 (94,72%) fêmeas não alimentadas destinadas a técnica de PCR direcionada ao alvo ITS1, 47 (7.08%) exemplares apresentaram DNA de Leishmania: Brumptomyia sp., Evandromyia cortelezzii, Evandromyia edwardsi, Evandromyia lenti, Lutzomyia longipalpis, Micropygomyia quinquefer, Migonemyia migonei, Nyssomyia whitmani, Pintomyia pessoai, Psathyromyia lutziana e Sciopemyia sordellii. A distribuição espacial dos flebotomíneos se mostrou equilibrada em em todo o município, apresentando maior abundância em ambientes de mata nativa e ambientes que apresentam fragmentos de mata próximos. Os resultados destacam o perfil epidemiológico complexo no município que apresentam características epidemiológicas adequadas para a transmissão e expansão das leishmanioses em todos os ambientes. Ressalta -se a importância da elaboração de estratégias de vigilância adequadas juntamente com a educação em saúde da população.