A poética do cavalo-marinho: brincadeira-ritual na Zona da Mata de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Teixeira, Raquel Dias lattes
Orientador(a): Ferreira, Andrey Cordeiro
Banca de defesa: Ferreira, Andrey Cordeiro, Carneiro, Maria José, Lima, Tânia Stolze, Comerford, John Cunha
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11613
Resumo: Esta dissertação tem como tema o cavalo-marinho, brincadeira típica da Zona da Mata Pernambucana, Alagoas e Agreste da Paraíba, e nascida nas senzalas dos engenhos de cana dessas regiões. A questão central gira em torno de tentar compreender o cavalo-marinho tendo como foco de interesse << o que se passa >> na brincadeira e << o que se passa >> com os brincadores, como se tais perspectivas estivessem ligadas às experiências e relações sociais singulares. De maneira em geral, busco explorar algumas das concepções e categorias que constituiriam o cavalo-marinho (brinquedo, brincadeira, brincador, folgazão, mestre, figura, figureiro, fundamento, função, toada, loa etc.), tendo como perspectiva a noção de brincadeira-ritual. Procuro evidenciar múltiplos significados e aspectos simbólicos do brinquedo. Na introdução procuro descrever alguns pressupostos desta pesquisa e a maneira como se desenvolveu meu trabalho de campo. No primeiro capítulo utilizo os encadeamentos históricos e sociais, como se estes tivessem sido fundamentais à região da Zona da Mata de Pernambuco, aos seus moradores/brincadores (as suas relações), procurando experimentar os efeitos destes processos históricos, em suas narrativas e brincadeiras. O segundo capítulo tem por objetivo fazer uma espécie de “percurso etnográfico” ao discorrer sobre a história do sítio Chã de Camará (e seus brinquedos) e dos meus principais interlocutores. No terceiro capítulo visualizo o cavalo-marinho por meio do conceito de ritual, onde apresento alguns dos símbolos presentes nas loas, toadas e improvisos nas passagens do cavalo-marinho. No quarto capítulo, tendo como base tanto pesquisas teóricas quanto meus dados de campo, sugiro possíveis ligações entre a socialidade dos brincadores e às brincadeiras do cavalo-marinho e maracatu. Na conclusão levanto uma tese sobre a “resistência simbólica” contida na poesia do brinquedo, e realizo uma articulação entre as “partes” da pesquisa, finalizando meus argumentos. Proponho então a imagem da brincadeira como um ritual, repleto de poesia e simbolismo, que coloca em processo de metaforização elementos das relações cotidianas, cosmológicas e, inclusive, aspectos simbólicos de desconstrução e reforço à situação social dos trabalhadores da cana da Zona da Mata.