QUE CORPO É O MEU? A construção das representações corporais de alunos do 5o ano do ensino fundamental do município de Nova Iguaçu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Tais de Almeida lattes
Orientador(a): Pereira, José Valter
Banca de defesa: Pereira, José Valter, Cupolillo, Amparo Villa, Jesus, Regina Fátima de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13170
Resumo: O discurso da inexistência de racismo no Brasil há muito tempo me causava inquietação. Mesmo sendo negra, quando criança sentia dificuldade em percebê-lo, não era à toa que frequentemente eu estava sendo alertada por meus pais de quanto um negro deveria se “portar bem”, para não dar motivos de ser discrimado negativamente. Porém, ao me tornar professora esse sentimento se intensificou, chegando ao nível da indignação cada vez que presenciava alguns alunos inferiorizando outros por causa da cor da pele, tipo de cabelo e traços fenotípicos. As relações raciais, particularmente as produções humanas que envolvem o movimento com/contra o corpo negro na escola é que direcionaram este trabalho. Como esses alunos, negros ou não, se representam/se identificam? Que noções de corpo trazem para se representarem? O presente trabalho consistiu em analisar as possíveis representações dos corpos dos alunos do 5o ano do ensino fundamental da escola São Miguel Arcanjo em Nova Iguaçu (RJ), a partir de suas falas, gestos e seus modos de vida registradas através de gravações em vídeo e observações das aulas feitas pela pesquisadora. Buscou-se identificar como se dão essas relações no cotidiano escolar e suas percepções, utilizando a dinâmica de grupo focal para discutir o racismo, o preconceito e a discriminação em suas formações. Assim, inserido no campo da Educação, especificamente na linha de estudos das Relações étnico-raciais, este trabalho vinculou-se ao projeto de pesquisa “Relações Raciais nas escolas e formação de professores”, coordenado pelo Prof. Dr. Valter Filé. Os discursos verbal e corporal desses alunos sobre como o projeto hegemônico de escola “interfere” em seus corpos-vida, serviram de instrumentos para a discussão das implicações desses sujeitos e as minhas com as relações raciais estabelicidas em nossa sociedade na medida em que naturaliza-se o lugar de subalternização do negro e nega-se o racismo.