Para a implantação da meritocracia na gestão de carreira: implicações dos contextos cultural, gerencial e político de uma empresa estatal federal brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pestana, Rayner Carvalho lattes
Orientador(a): Villardi, Beatriz Quiroz
Banca de defesa: Souza, Marco Antônio Ferreira de, Salles, Denise Medeiros Ribeiro, Ferreira, Marcos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Gestão e Estratégia
Departamento: Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15248
Resumo: A transformação da Administração Pública Brasileira, no que tange à adoção de ferramentas modernas de gestão de pessoas, vem ocorrendo desde o século passado e a preocupação com a meritocracia na gestão de carreira se configura como um assunto ainda recorrente. Como prova disso, destacam-se as orientações do órgão de gestão e controle das empresas estatais federais para que elas adotem a meritocracia nos seus sistemas de gestão de carreira. A organização aqui estudada, embora passados treze anos de vigência do atual plano de cargos e salários, parece ainda não ter conseguido instituir políticas de gestão de carreira calcadas na meritocracia. Diante do problema apresentado, o objetivo principal desta pesquisa se concentrou em levantar as implicações dos traços provenientes do contexto organizacional de uma estatal federal brasileira, dependente do Tesouro Nacional, para a implantação da meritocracia na gestão de carreira. Realizou-se pesquisa aplicada de natureza qualitativa, configurada em forma de estudo de caso único para mapear os traços do contexto cultural, gerencial e político vigentes e interpretar suas implicações na adoção da meritocracia como um valor organizacional. Os sujeitos da pesquisa foram selecionados pelo método proposital, entre gerentes e empregados de carreira, e entrevistados mediante roteiro e a partir de uma fotografia (elicitação fotográfica) que revelasse o contexto vigente na ótica dos mesmos. Os dados de campo foram qualitativamente analisados de forma hermenêutico-indutiva. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a meritocracia na gestão de carreira, entendida como “o conjunto de critérios, adotado por uma organização, que possui no desempenho, no esforço individual e nos resultados alcançados os pilares fundamentais para a concessão de promoções e progressões dos empregados em suas respectivas carreiras”, não é, ainda, praticada explicitamente na empresa estudada. Revelou-se que a empresa se configura como uma organização do tipo arena política e que o vigente processo alternativo de concessão de promoções e progressões tem funcionado como um mecanismo fundamental na dinâmica interna de poder. Diante deste contexto, foram propostas ações de forma a contribuir com a implantação da meritocracia na gestão de carreira. Considera-se como contribuição à área a oportunidade de reflexão sobre as implicações da penetração de valores do management na gestão de pessoas, relativas a: transferência acrítica de ferramentas do setor privado para o público; defesa do discurso do empreendedorismo, pressupondo a gestão de carreira como responsabilidade unicamente do profissional; perspectiva apenas financeira e quantitativa das avaliações de desempenho; e probabilidade das ferramentas de gestão não resultarem no desenvolvimento profissional, mas no controle e exploração do indivíduo. Para aprofundamento em futuras pesquisas, sugere-se, dentre outras ações: investigar o conceito de comprometimento na organização, conectando-o às concepções da Empresa levantadas no estudo; analisar a meritocracia a partir da ótica da quebra do contrato psicológico; e expandir a presente pesquisa a outras organizações públicas dependentes ou não do Tesouro, a fim de evidenciar as implicações dos traços culturais e gerenciais e da dinâmica de poder existentes na adoção da meritocracia na gestão de carreira.