Montagens de si: relações de amizade e experiências trans em Campos dos Goytacazes, 1990-2017.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Rafael França Gonçalves dos lattes
Orientador(a): Lopes, Fábio Henrique lattes
Banca de defesa: Lopes, Fábio Henrique lattes, Teixeira, Rebeca Gontijo lattes, Carvalho, Mariana Vieira de lattes, Almeida, Mariléa de lattes, Jesus, Jaqueline Gomes de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10053
Resumo: Com essa tese apresento, problematizo e interrogo históricos modos de produção das subjetividades trans na cidade de Campos dos Goytacazes/RJ, entre os anos de 1990 e 2017. Compreendo que as experiências formam os sujeitos e as subjetividades, por isso destaco os históricos mecanismos, estratégias e possibilidades de autodeterminação e autodefinição, as maneiras como os sujeitos nomeiam-se e atribuem sentido ao vivido, agenciando históricas noções, como as de travesti, transexual, transgênero, trans e mulher. Focalizo experiências trans produzidas na interface com as históricas formações das feminilidades. Verticalizo a análise sobre as estratégias, negociações e reificações que conformam tais experiências, sublinhando os modos de tencionar o “cistema” heteronormativo. As narrativas transgêneras permitiram vislumbrar como modos de vida foram forjados, como foram produzidas linhas de fuga e mecanismos de resistência ao poder cisnormativo. Dialogando e sendo inspirado pela literatura sobre as relações de amizade, busquei privilegiar uma abordagem que colocasse em relevo essas relações nas experiências trans. As tramas da amizade são entendidas como tecido afetivo, mas igualmente como relações de disputas e conflitos. Nessas relações, apareceram importantes componentes que materializam as experiências trans e permitem, incitam e viabilizam históricas formas de criação de si. Logo, montagem de si é expressão e sentido atribuído pelo universo trans, usada para se referir ao processo de autodeterminação e autoexpressão, às intervenções corporais, à prática de usar e “assumir” roupas e acessórios considerados femininos, mas também, e principalmente, aponta para a possibilidade de mapeamento, investigação e historicização das formas como os sujeitos são produzidos, como o corpo, as relações de amizade e com a família são constituídas a partir de determinadas condições de possibilidades.