Ecologia de epífitas vasculares em uma área de Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Dias, Aline dos Santos lattes
Orientador(a): Freitas, André Felippe Nunes de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11187
Resumo: As epífitas são vegetais que, durante toda a sua vida ou em algum estágio dela, vivem sobre as árvores, utilizando-as como suporte, sem estarem ligadas ao solo. As epífitas possuem uma ampla distribuição geográfica e são encontradas em praticamente todas as florestas úmidas, representando cerca de 50% de toda flora vascular neotropical. As famílias mais representativas são Orchidaceae, Bromeliaceae, Araceae e Polypodiaceae. Apesar do incremento no número de estudos sobre o epifitismo no Brasil, informações sobre esta guilda nos remanescentes do Rio de Janeiro ainda são escassos. Desta forma, este estudo visou analisar a composição, riqueza e a estrutura das epífitas vasculares em um trecho de Floresta Ombrófila Densa Montana do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ). Foram demarcadas 60 parcelas de 100 m2 (0,6 ha), nas quais as árvores com DAP > 10,0 cm tiveram seu diâmetro e altura total mensurados. Todas as epífitas encontradas nos forófitos foram identificadas, tendo suas abundâncias estimadas em cada classe de altura estipulada para os forófitos. As freqüências relativas de ocorrência das espécies foram calculadas para a área como um todo, para os forófitos e para as zonas de altura do forófito, copa e fuste, além de terem seu valor de importância calculado. Cada espécie foi classificada de acordo com sua categoria ecológica. A distribuição horizontal das espécies foi analisada através do Índice de Morisita e a vertical pelo teste de χ2 . Relações entre as características morfométricas do forófito e a riqueza e abundância de epífitas foram efetuadas através da análise de regressão simples. Foram identificadas 84 espécies de epífitas, de 28 gêneros e nove famílias. As famílias mais representativas foram Bromeliaceae, Araceae e Polypodicaeae. A riqueza de epífitas nesta área pode ser considerada alta quando comparada com diversos estudos realizados no Brasil. As espécies mais freqüentes foram Microgramma squamulosa, Pleopeltis pleopeltifolia e P. hirsutissimum, sendo consideradas raras a maioria das espécies. Pleopeltis pleopeltifolia foi a mais frequente nos forófitos, seguida de P. hirsutissimum e M. squamulosa. As espécies com maiores valores de importância epifítica foram P. hirsutissimum, P. pleopeltifolia e M. squamulosa, sendo clara a ampla capacidade de ocupação dos forófitos por estas espécies. A maioria das epífitas nesta área (56% das espécies) é classificada como holoepífitas, sendo este resultado semelhante a outros estudos. Para a distribuição horizontal, praticamente todas as epífitas tiveram um padrão de distribuição aleatório, demonstrando, principalmente, que nesta área há uma ampla disponibilidade de recursos para o estabelecimento destas espécies. Na distribuição vertical, foi observada uma diferença significativa na ocupação das classes de altura do forófito para 53 espécies das 84 amostradas. A maior ocorrência de epífitas foi observada na copa. Houve relação significativa e positiva entre a dimensão dos forófitos e a abundância e a riqueza de epífitas. Assim, as epífitas responderam diretamente à estrutura da floresta onde são encontradas, variando seus parâmetros ecológicos de acordo com a estrutura da formação florestal.