O Letramento Racial como estratégia de proteção em casas de acolhimento da Baixada Fluminense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Luana Luiza Galoni lattes
Orientador(a): Ericeira, Ronald Clay dos Santos lattes
Banca de defesa: Ericeira, Ronald Clay dos Santos, Costa, Maria Conceição, Leno, Michelle Villaça, Oliveira, Diana Ramos de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20154
Resumo: O contexto do acolhimento institucional no Brasil tem um berço histórico de desigualdade social e racial. O perfil das famílias, das crianças e dos adolescentes que chegam às instituições e, por vezes, permanecem por mais de dois anos nestas, é atravessado pela vulnerabilidade socioeconômica e pelo racismo institucional. Diante disso, o objetivo dessa pesquisa foi investigar os atravessamentos raciais nas instituições de acolhimento de adolescentes, com foco nas práticas de letramento racial, propondo estratégias de intervenção para o aprimoramento do trabalho no acolhimento. A pesquisa foi realizada em casas de acolhimento na Baixada Fluminense, com o intuito de captar a percepção de profissionais e adolescentes sobre o tema. Além disso, foi aplicada uma oficina de letramento racial para os trabalhadores do acolhimento institucional, visando à transformação e aprimoramento das suas práticas. Metodologicamente, foi utilizada uma triangulação de dados com multimétodos: Revisão Integrativa da Literatura (RIL), Grupo Focal, Entrevistas Semiestruturadas e a Oficina. Para análise e interpretação dos dados, foram empregados os métodos de Análise de Conteúdo e Núcleos de Significação. Os resultados indicaram a ausência de letramento racial nas instituições e a falta de capacitação dos profissionais em temas raciais. Observou-se também uma grande divergência entre os profissionais sobre o que deve ou não ser abordado nas casas de acolhimento em relação a essa temática. Entre os adolescentes, a ausência de letramento racial parece dificultar os processos de autodefinição, autoavaliação e construção da identidade racial. No entanto, os resultados da oficina foram positivos, evidenciando a necessidade urgente de racializar o espaço de acolhimento, tornando-o verdadeiramente protetivo para esse público. Constatou-se também a importância de mais investimentos em pesquisas e projetos que contribuam para a reformulação das práticas no acolhimento institucional por meio do letramento racial.