Avaliação lectino-histoquímica de fígado e linfonodo mesentérico de búfalos mantidos em pastagens de Brachiaria spp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Miranda, Ileana Costa
Orientador(a): França, Ticiana do Nascimento
Banca de defesa: Seixas, Josilene Nascimento, Graça, Flávio Augusto Soares
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14215
Resumo: Animais que se alimentam em pastos de Brachiaria spp comumente apresentam macrófagos espumosos isolados ou agrupados no fígado, além de cristais no interior de ductos biliares. A patogênese da formação e a natureza do material armazenado nestas células, contudo, ainda não são completamente conhecidas. Através da avaliação lectino-histoquímica, saponinas esteroidais (metabólitos glicosilados secundários) têm sido identificadas nos cristais e no citoplasma das células espumosas, que provavelmente são responsáveis por danificar o fígado e levar ao acúmulo de filoeritrina. Por meio deste trabalho, objetivou-se padronizar e caracterizar a utilização da lectino-histoquímica na detecção de metabólitos glicosilados nos tecidos de búfalos mantidos em diferentes pastos de Brachiaria spp no Brasil. Fragmentos de fígado e linfonodo mesentérico de 40 animais foram analisados: 10 búfalos mantidos em pastagem predominante de B. decumbens por aproximadamente 12 meses; 10 búfalos mantidos em pastagem predominante de B. brizantha por aproximadamente 18 meses; 10 búfalos mantidos em pastagem de B. brizantha por aproximadamente quatro anos; e, como controle negativo, 10 búfalos mantidos em pastagem livre de Brachiaria spp desde o nascimento. Quatorze lectinas foram testadas (Con-A, SBA, WGA, DBA, UEA, RCA, PNA, GSL-I, PSA, LCA, PHA-E, PHA-L, SJA e SWGA), em um total de 1120 fragmentos avaliados. Estudos anteriores demonstraram que a lectina PNA possui marcada reatividade para macrófagos espumosos de bovinos e ovinos. No presente estudo, a lectina SWGA apresentou acentuada reatividade e alta especificidade para macrófagos espumosos; WGA, GSL, PHA-E e PHA-L mostraram moderada a acentuada reatividade, mas baixa especificidade aos macrófagos espumosos; as outras lectinas não apresentaram reatividade ou especificidade significativas. Ainda não se sabe exatamente a que atribuir a diferença de reatividade aos macrófagos espumosos. Sugere-se que divergências ocorram em função da espécie de Brachiaria ingerida, da fase de crescimento da planta, do tipo e proporção dos glicoconjugados armazenados na planta em decorrência da época do ano, das diferenças no metabolismo da espécie do animal em questão, da presença de fotossensibilização, da evolução clínica da doença e do tempo de ingestão da planta. Não houve diferença de marcação significativa entre os fragmentos coletados de animais que se alimentaram de B. decumbens por 12 meses e B. brizantha por 18 meses. Porém, a diminuição da presença e marcação lectino-histoquímica dos macrófagos espumosos nos tecidos dos búfalos que ingeriram B. brizantha durante mais tempo indica que os animais podem passar por um processo de adaptação de acordo com o tempo de ingestão da planta. A avaliação lectino-histoquímica pode ser utilizada para caracterizar o material armazenado em macrófagos espumosos presentes no fígado e linfonodo mesentérico de búfalos que se alimentam em pastagens de Brachiaria spp e ajuda na compreensão da patogênese de formação destas células.