Prática alternativa de inoculação de sementes de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L., cv. Ouro Vermelho) com estirpes rizobianas localmente adaptadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rocha, Brauly Martins lattes
Orientador(a): Rumjanek, Norma Gouvêa lattes
Banca de defesa: Martins, Lindete Maria Vieira, Ribeiro, Raul de Lucena Duarte
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10427
Resumo: O feijoeiro é uma cultura de relevância socioeconômica no Brasil, contando com um expressivo contingente de pequenos agricultores dedicados ao seu cultivo. A produtividade nesse segmento é frequentemente baixa e um dos principais nutrientes que limitam a produção é o nitrogênio (N). Contudo, o feijoeiro possui a capacidade de se associar a bactérias do grupo rizóbio e formar estruturas especializadas denominadas nódulos, onde ocorre a fixação biológica de nitrogênio (FBN). Bactérias desse grupo vêm sendo selecionadas para diversas culturas e são disponibilizadas para empresas produtoras de inoculantes que distribuem o produto diretamente para o produtor. A maior parte dos inoculantes produzidos são destinados à cadeia produtiva da soja, enquanto o agricultor familiar, via de regra, não tem acesso a essa tecnologia devido à falta de informação e dificuldade de distribuição. Em contrapartida, tem sido sugerido que é possível preparar o inoculante rizobiano a partir de nódulos localmente disponíveis na unidade de produção, porém não há comprovação científica referente a essa prática. O objetivo do presente estudo foi desenvolver e avaliar uma prática alternativa de inoculação de sementes de feijoeiro com extrato de nódulos para a cultivar Ouro Vermelho, assim como caracterizar a comunidade bacteriana cultivável do extrato. Foram conduzidos experimentos em casa de vegetação com dois extratos de nódulos de feijoeiro, cultivados no município de Rio Pomba, MG. A eficiência do extrato foi comparada à do inoculante rizobiano, composto pelas três estirpes registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e à aplicação de N recomendado para a cultura. Até os 35 dias após o plantio avaliaram-se o número de nódulos, a massa fresca e seca dos nódulos, a massa seca da parte aérea e das raízes, o teor e o conteúdo de N acumulado na parte aérea e o índice de clorofila total. O número de bactérias formadoras de nódulos foi determinado pela técnica do número mais provável e foi realizada a contagem de bactérias presentes no extrato de nódulos nos meios de cultura DYGS, LB, KB, YMA, SF e TBNR. Os isolados obtidos foram caracterizados através do sequenciamento do gene 16S RNAr. O extrato de nódulos demonstrou eficiência similar ao inoculante rizobiano. Os meios YMA e SF foram os que recuperaram maior número de isolados do extrato de nódulos (109 UFC mL-1). A caracterização genética dos 47 isolados obtidos revelou expressiva diversidade de grupos bacterianos no extrato de nódulos. Foram encontrados representantes dos seguintes gêneros: Acinetobacter (2 isolados), Agrobacterium (5), Bacillus (4), Chryseobacterium (5), Arthobacter (1), Comamonas (2), Ensifer (1), Ochrobactrum (1), Pantoea (1), Pseudomonas (6), Rhizobium (7), Shinella (1), Sphingobacterium (2), Stenotrophomonas (8) e Variovorax (1). Os resultados obtidos indicam o potencial do inoculante a base de extrato de nódulos na maximização da FBN na cultura do feijoeiro.