Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Fernando Rios do
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Orientador(a): |
Wilkinson, John
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Banca de defesa: |
Wilkinson, John
,
Delgado, Nelson Giordano
,
Costa, Luiz Flávio de Carvalho
,
Assis, Gilberto Carlos Cerqueira Mascarenhas
,
Lobão, Dan Érico Vieira Petit
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18186
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Resumo: |
A partir de meados da década de 80, a cacauicultura baiana vem enfrentando uma crise sem precedentes. Tornou-se mais aguda no final dessa década, com o aparecimento da vassoura-de-bruxa, que foi responsável pela redução da produção, que passou de 450 mil para algo em torno de 100 mil toneladas/ano. Essa circunstância terminou revertendo expectativas com relação ao futuro do cacau, na Bahia, fazendo com que os bancos reduzissem de forma absoluta a concessão de crédito ao setor, criando uma situação de baixa liquidez e de insolvência, apesar da existência de uma dívida relativamente pequena. Essa situação de crise, que perdura até o presente, fez com que as principais empresas comerciais pedissem concordata, as indústrias nacionais de processamento de cacau paralisassem as suas atividades, as entidades de representação dos produtores, dos comerciantes e dos industriais, que tinham peso político, praticamente desaparecessem, restando apenas as indústrias multinacionais. Nesse contexto, também não subsistiu o Sistema Copercacau (uma Central localizada em Ilhéus, 13 cooperativas singulares localizadas em municípios da região e uma indústria de processamento de cacau), cuja paralisação, em 1992, mesmo com a confirmação do estado de crise, é avaliada de diversas maneiras. Vários diagnósticos foram produzidos sobre o problema, mas nenhuma medida foi adotada pelos governos estadual e federal, a não ser o Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira Baiana – PRLCB, concebido em 1994, que, pela sua inconsistência e recomendações técnicas ineficazes, resultou apenas no endividamento da lavoura, que hoje se situa em torno de R$ 1 bilhão. Nesta tese, que teve como pano de fundo as questões substantivas da economia cacaueira nos últimos 30 anos discutiu-se de forma geral os problemas enfrentados pelo cooperativismo regional, desde a sua origem, com ênfase na trajetória da Copercacau. A partir de documentos, relatórios e entrevistas com pessoas que participaram ativamente desse processo, e baseado em experiências próprias, construiu-se elementos factuais sobre fatores endógenos e exógenos determinantes da paralisação da Copercacau, cujo relato é uma tentativa de resgatar a realidade, quase sempre fora do objeto de análises circunstanciais. Observou-se que a paralisação da Copercacau deveu-se a um conjunto de fatores convergentes, como a falta de educação cooperativista dos associados, a presença predatória de comerciantes e de industriais, que atuaram para inviabilizar o cooperativismo, a simbiose burocrática que resultou na relação espúria entre o público e o privado, acentuados em função do problema maior, a vassoura-de-bruxa. Evidenciou-se que, apesar das dificuldades, o cooperativismo pode ser recomposto em bases mais consistentes, emprestando-se ênfase no trabalho de doutrina e educação, que não foi considerado antes, porque as razões que justificaram a sua implantação, de natureza conjuntural e estrutural continuam inalteradas, agora de forma ampliada, tornando crucial a necessidade de organização dos agricultores e da sociedade. |