Caracterização analítica da acidez em organossolos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Ebeling, Adierson Gilvani lattes
Orientador(a): Anjos, Lúcia Helena Cunha dos lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
pH
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10524
Resumo: Os Organossolos têm pequena extensão territorial no Brasil, mas são de elevada utilização agrícola, principalmente agricultura de subsistência, e têm grande importância ambiental. Os teores elevados de matéria orgânica nestes solos exercem papel fundamental em todas as propriedadades edáficas. No que se refere às químicas, o pH e a acidez dos Organossolos estão relacionados à presença de compostos orgânicos, ao hidrogênio e alumínio trocáveis, ao sulfeto de ferro e outros compostos de enxofre oxidáveis, mais do que a natureza da fração mineral do solo. Pela dominância de baixos valores de pH na maioria dos Organossolos, a hidrólise do alumínio é interpretada como causa principal da acidez trocável e de elevada concentração de Al livre na solução do solo. Entretanto, em função da forte interação entre a matéria orgânica e os elementos a ela adsorvidos, os métodos analíticos de rotina em fertilidade do solo podem não avaliar de forma adequada à acidez nos Organossolos. Os objetivos deste trabalho foram: a) avaliar métodos analíticos para determinar acidez em solos com alto teor de matéria orgânica; b) testar soluções extratoras para métodos de determinação do Al monomérico e total; c) comparar métodos espectrofotométricos para a quantificação do Al; e d) correlacionar atributos químicos dos Organossolos com parâmetros de acidez do solo. Foram avaliados 12 perfis, onze Organossolos e um Cambissolo com altos teores de carbono, de diferentes estados do Brasil. Para comparação do comportamento da acidez do solo em relação a atributos da matéria orgânica e ambiente de formação os perfis foram separados em: solos de várzeas e planícies litorâneas e solos de ambiente altimontano e planalto. Procedeuse à análise do pH pelos seguintes métodos, em água, KCl, CaCl2 e SMP; do teor de Al usando duas soluções extratoras, com cloreto de cobre 0,5 mol L-1 e cloreto de potássio 1 mol L-1 (Al_K); e três métodos para a quantificação do Al, quais sejam: titulação com NaOH 0,025 mol L-1 (_Na), espectrometria de emissão atômica em plasma acoplado indutivamente (_PL), e espectrometria molecular com o alaranjado de xilenol (_AX) e com violeta de pirocatecol. Os resultados indicam que, para Organossolos, o pH em água, em KCl e o pH SMP podem ser usados para expressar a acidez do solo e foi observada uma alta correlação entre o pH SMP e a acidez potencial. A solução de KCl foi eficiente para a extração do Al da solução do solo e o fracamente associado à matéria orgânica, já a solução de CuCl2 extraiu muito mais Al quando comparada com a de KCl. As quantidades de Al determinadas pelo plasma e extraídas com CuCl2 variaram de 80,59 a 777,04mmolc dm-3, enquanto o Al extraído com KCl variou de 1,8 a 102,33mmolc dm-3. Os valores de Al quantificados pelo plasma apresentaram alta correlação com os determinados pela espectrometria molecular com o alaranjado de xilenol. A avaliação da correspondência entre os métodos Al_K_PL e Al_K_AX mostrou uma alta correlação (r = 0,99***) e a dispersão dos dados é pequena, sendo os dois métodos equivalentes. O mesmo não ocorreu entre os métodos Al_K_PL e Al_K_Na. O violeta de pirocatecol mostrou-se ineficaz na determinação do alumínio monomérico e do alumínio total. Os teores de Al quantificados por este método foram pouco consistentes com os valores encontrados para os demais métodos. O comportamento diferenciado dos solos, em função do ambiente de formação, quanto a sua acidez, o teor de Al e a relação com as frações da matéria orgânica, indica que esta separação é importante para recomendar práticas de manejo da acidez em Organossolos bem como na avaliação da fertilidade destes solos.