Organossolos: funções de pedotransferência para densidade do solo, avaliação do grau de subsidência, e estoques de carbono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Beutler, Sidinei Julio lattes
Orientador(a): Pereira, Marcos Gervasio
Banca de defesa: Pereira, Marcos Gervasio, Garcia, Andrés Calderín, Loss, Arcângelo, Pinheiro, Érika Flávia Machado, Carvalho Junior, Waldir de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9083
Resumo: Os Organossolos são uma importante fonte de estoque de carbono nos ambientes terrestres e possuem alta suscetibilidade às perdas de carbono quando perturbados. O objetivo do presente trabalho foi gerar equações, avaliar a acurácia de equações já publicadas, aplicando-as para a predição da densidade do solo (Ds) em solos orgânicos do Brasil; avaliar a taxa de subsidência, a variação da Ds, e o carbono das substâncias húmicas em Organossolos ao longo do período de um ano; e estimar o estoque e as potenciais perdas de carbono nos Organossolos do Estado do Rio de Janeiro. Para a primeira parte, trabalhou-se com horizontes orgânicos, i.e., materais de solo com teores de carbono orgânico total (COT) iguais ou maiores que 80 g kg-1 de solo, totalizando 280 horizontes em diferentes regiões do Brasil. Foi empregada a técnica de regressão linear múltipla e as equações foram validadas sobre dados independentes. Foram testadas 9 equações já publicadas na literatura. As equações com melhor desempenho foram FPT2 e Hollis, com parâmetros de validação R2 de 0,48 e 0,49. Em casos onde os teores de argila estejam quantificados, recomenda-se a equação FPT1, e na sua ausência recomenda-se as equações FPT2 e Hollis, que possuem somente o COT como variável preditora. Para a segunda parte, realizou-se um experimento em casa de vegetação. Foram coletadas amostras indeformadas em tubos de PVC, de dois perfis de Organossolo Tiomórfico, sendo um no bairro Santa Cruz (Perfil SC), município de Rio de Janeiro, e outro no município de Magé (Perfil MG). Foram avaliados 3 níveis de drenagem, sendo de 30, 60, e 100 cm de profundidade, 5 avaliações ao longo do tempo, sendo de 0, 90, 180, 270, e 360 dias (com 4 repetições). O perfil MG apresentou as maiores taxas de subsidência, chegando a 1,30 cm ano-1 para a drenagem de 100 cm. A Ds aumentou ao longo do tempo para os dois perfis, e a drenagem mais profunda aumentou os valores no perfil SC. A drenagem mais profunda favoreceu a redução do pH para os dois perfis. Os teores de COT apresentaram tendência de redução ao longo do tempo. Os valores de carbono da fração ácido fúlvico (FAF), fração ácido húmico (FAH), e fração humina (HUM), não mostraram diferenças de acordo com os níveis de drenagem. No entanto, ao longo do tempo, apresentaram alta sensibilidade às variações de temperatura, mostrando elevados teores de FAF e FAH no período final, e a consequente redução dos teores de HUM. Para a terceira e última parte do estudo, foram usados 43 perfis de Organossolos, sendo que 18 deles não apresentavam os dados de densidade do solo (Ds), os quais foram estimados por meio de FPTs. As comparações entre os grupos de dados medidos e estimados foi feita pelo teste de Wilcoxon. A espacialização das variáveis foi realizado através do método de interpolação IDW. Os valores médios de COT foi de 228,0 g kg-1, a Ds foi de 0,48 Mg m-3, a espessura dos perfis foi de 86 cm, a profundidade foi de 90 cm, e o estoque médio de COT foi de 73,51 kg m-2. A espacialização mostrou diferenças qualitativas para as variáveis nos diferentes locais. Foi estimado um estoque de COT de 27.178.631,8 Mg para os Organossolos do Estado do RJ. As taxas estimadas de perdas foram de 10,87 kg m-2 para Organossolos com drenagem mais recente e altos teores de COT; de 7,16 kg m-2 para Organossolos intermediários; e 1,46 kg m-2 para Organossolos com menores teores de COT e longo tempo de drenagem. Solos com altos teores de COT estão mais propensos a terem altas perdas de COT quando perturbados.