Influência de fármacos no sistema-renina-angiotensina do globo ocular de cães hígidos: desenvolvimento farmacotécnico e avaliação clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Caminotto, Eriane de Lima lattes
Orientador(a): Reis, Luis Carlos lattes
Banca de defesa: Pigatto, João Antonio Tadeu, Fonseca, Fabrícia Viana, Côrtes, Wellington da Silva, Paiva, Jonimar Pereira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10110
Resumo: O glaucoma é uma das doenças que mais causa cegueira em cães e não possui cura, apenas tratamento. A dificuldade na drenagem do humor aquoso (HA) resulta no aumento da pressão intra-ocular (PIO) que representa um fator de risco significativo para a ocorrência dessa afecção, conduzindo à danos irreversíveis como a perda progressiva do campo visual e da visão como um todo, morte das células ganglionares da retina (CGR), perda de axônios do nervo óptico e escavação do mesmo. Além deste, diversos mecanismos podem contribuir para o desenvolvimento e progressão desta doença como, por exemplo, os desequilíbrios do sistema-renina-angiotensina (SRA) e as doenças cardiovasculares e renais. A mensuração da PIO e o exame do fundo de olho são os métodos mais utilizados para diagnosticar essa afecção. O tratamento de escolha se baseia em colírios que estimulam a drenagem do HA e/ou diminuam sua produção resultando no controle da PIO; porém em muitos casos a terapia não atinge o efeito desejado e culmina em cegueira. Na tentativa de mudar essa perspectiva terapêutica, o presente trabalho comparou, em cães sadios e normotensos da raça Beagle, a ação sistêmica e ocular de três fármacos: maleato de timolol 0,5% (beta-bloqueador não seletivo usado nos casos de glaucoma), captopril 0,1% e 0,5% (inibidor de ECA1 nunca antes estudado nesta maior concentração em cães) e aceturato de diminazeno – DIZE 0,1% e 0,5% (ativador endógeno de ECA2, nunca antes pesquisado em olhos caninos). Os dois últimos fármacos foram formulados para uso oftalmológico visando a redução da PIO, uma vez que é sabido sobre a existência do SRA a nível ocular e que os mesmos já foram administrados sistemicamente com sucesso na redução pressão arterial sistêmica (PAS). Dessa forma, antes e após os tratamentos, 18 cães foram submetidos ao teste lacrimal de Schirmer (TLS1) e à coleta sanguínea para dosagem da concentração da enzima conversora de angiotensina (ECA 1) do soro.Durante três dias consecutivos antes dos tratamentos e em três horários distintos (6h, 12h, e 18h) todos os animaispassaram por quatro exames, seguindo sempre a mesma ordem: avaliação do diâmetro pupilar, aferição da PIO, aferição da FC e da PAS.Após a obtenção dos valores normais, os animais tiveram o olho esquerdo submetido aos protocolos pré-determinados inicialmente com 1 gota, a cada 12 horas, por 7 dias na menor concentração e, nos demais 7 dias, na maior concentração. Os olhos adelfos foram o controle e, todos os dias nos três horários distintos os cães passaram pelos mesmos exames iniciais. Todos os fármacos tiveram boa penetrabilidade e ausência de efeitos adversos a nível ocular. Quanto à produção lacrimal, o captopril é o mais indicado para os pacientes glaucomatosos e portadores de ceratoconjuntivite seca, enquanto que o timolol é contra-indicado para os mesmos. Todos diminuíram os valores da PIO, sendo que na segunda semana de tratamento, com concentrações maiores, as reduções foram mais significativas. A bradicardia foi observada nos animais tratados com captopril 0,5%, com uma redução de quase 9% na FC, quando comparado com o captopril em menor concentração.