Efeito da utilização de óleo de nim (Azadirachta indica) por via dérmica e da moxidectina por via subcutânea na prevenção de infestações artificiais por Dermatobia hominis (Linnaeus Jr., 1781) (Diptera: Cuterebridae) em bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Vilela, Joice Aparecida Rezende lattes
Orientador(a): Sanavria, Argemiro lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
nim
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11887
Resumo: Dermatobia hominis, a mosca do berne, possui formas larvais parasitas obrigatórios do tecido subcutâneo de animais domésticos, silvestres e do homem, provocando miíase nodular. Sua importância na bovinocultura relaciona-se aos prejuízos econômicos determinados pelas formas evolutivas larvais. No controle químico convencional tem sido observado desenvolvimento acelerado de resistência e resíduos nos produtos animais. Os objetivos do experimento foram avaliar a prevenção da dermatobiose através do uso do fitoterápico nim e da moxidectina, observando a capacidade de interferência na evolução da biologia parasitária. Para a infestação, foram coletadas larvas de terceiro instar, que foram mantidas em estufa B.O.D. à temperatura de 27 ± 1ºC e 70 ± 10% U.R para a pupação. Após 24 a 31 dias, os adultos que emergiram foram colocados em gaiolas com Musca domestica e Chrysomya albiceps, vetores para oviposição de D. hominis. Os vetores portadores de ovos foram capturados e acondicionados em estufa B.O.D. Após 4 a 6 dias, as larvas de primeiro instar, em eclosão foram mantidas a 19ºC, até o momento da infestação. No delineamento experimental utilizaram-se 12 bovinos machos, livres de infestação por D. hominis. Os animais foram estabulados em baias teladas na Estação de Pesquisas Parasitológicas W.O. NEITZ, da UFRRJ, recebendo ração concentrada, capim picado e água ad libitum. Os bovinos foram distribuidos em três grupos com quatro animais e submetidos aos tratamentos, sendo um animal controle (tratado com água aplicada pour-on), dois animais tratados com produtos comerciais A e B à base de óleo de nim (Azadirachta indica, concentração de 2000 ppm do princípio ativo Azadirachtina) em aplicação pour-on ao longo do dorso dos animais, dose de 50 ml por animal, e um tratado com moxidectina à 10% Longa Ação, dose de 1ml/100 kg, em injeção subcutânea na parte posterior da orelha. Cada animal foi infestado com 30 larvas L1 nos dias 03, 07, 14 e 21 após os tratamentos. A eclosão das L1 foi estimulada por fonte térmica, e as mesmas colocadas com um pincel fino sobre a região tricotomizada ao longo do dorso. As infestações foram mapeadas para acompanhamento a cada dois dias para avaliação da eficácia e tempo residual dos tratamentos de acordo com a sobrevivência larval nos diferentes períodos de infestação. Com a finalidade de se verificar possíveis efeitos colaterais foram realizados exames clínico e laboratorial dos animais, antes e 15 dias após os tratamentos. Não foram observados alteração dos parâmetros clínico-laboratoriais. Com relação à eficácia, os produtos do Nim tiveram eficácia estatisticamente não significativa na forma de aplicação pour-on, na inibição do desenvolvimento parasitário. A moxidectina à 10% apresentou eficácia de 100% até o 14º dia, não impedindo a penetração da larva mas a evolução parasitária, e a partir do 21º dia não inibiu o desenvolvimento das larvas penetradas. As larvas L3 que se desenvolveram após os tratamentos, foram coletadas e mantidas em B.O.D para observação de alguns parâmetros biológicos. Constatou-se que as larvas das L3 provenientes de todos tratamentos evoluiram para pupação, emergência de moscas morfologicamente normais e presença de posturas viáveis.