ANÁLISE BIOECOLÓGICA DE FAMÍLIAS EM VULNERABILIDADE SOCIAL DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Francisco Syl Farney da lattes
Orientador(a): Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo lattes
Banca de defesa: Peixoto, Ana Cláudia de Azevedo lattes, Rocinholi, Luciene de Fátima lattes, Campos, Luis Antônio Monteiro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19690
Resumo: A pandemia de COVID-19, pelo seu aspecto sistêmico, afetou profundamente a vida humana nas diversas culturas e sociedades. Desde a saúde pública, a política, a economia, as relações interpessoais e mesmo as relações internacionais, e diversas áreas da vida humana foram impactadas por esta pandemia. Levando esse fator em conta, este projeto visou a realização de uma análise bioecológica de famílias em vulnerabilidade social, durante a pandemia de COVID-19, na cidade de Mesquita, no Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada em famílias assistidas pelo projeto Recriando, que atende a crianças e adolescentes na Associação Vida Plena de Mesquita (AVPM) - atuando com famílias na região de Rocha Sobrinho, em Mesquita, considerada uma área de extrema vulnerabilidade social. Na busca de compreender as configurações familiares dessas famílias, este projeto foi ancorado nos conceitos de vulnerabilidade social, resiliência e nas políticas públicas para famílias vulneráveis. Foi utilizado a teoria sistêmica familiar, a teoria bioecológica e a teoria sobre estilos parentais para melhor entendimento desse fenômeno. Para tal foi realizada uma pesquisa qualitativa, com revisão integrativa da literatura e pesquisa de campo através do método da Inserção Ecológica. Para isso, foram analisadas quatro famílias usuárias da AVPM através de questionário de estilos parentais, entrevistas semiestruturadas e quatro encontros com grupos focais sobre questões que envolviam o tema da pesquisa. Os seguintes resultados foram obtidos: 1) Famílias passaram por esse processo com a dificuldade esperada diante de uma tragédia sistêmica como foi esta pandemia; porém, mesmo com toda a vulnerabilidade e pouca resiliência adquirida, fruto de uma infância repleta de estressores, encontram apoio na mutualidade e generosidade da comunidade e na ação proativa de instituições próximas às comunidades; 2) Há pouca informação, e a relação entre Poder Público e moradores de áreas de vulnerabilidade social ainda é muito distante e com pouca interlocução; 3) Todos os participantes apresentaram estilo parental de risco - ou ainda, estilo parental negativo, onde há prevalência de práticas parentais negativas que superam as práticas parentais positivas na educação dos filhos, por isso aconselha-se a participação em programas de intervenção terapêutica, no uso de práticas positivas de educação; 4) Os participantes mostraram não entender o conceito de vulnerabilidade e tinham dificuldade de acesso ao sistema de saúde, dificuldade de acesso à educação, passando por mazelas sociais como fome, preconceito, racismo, violência contra a mulher e violência em geral; 5) A inserção ecológica mostrou-se eficiente para esse tipo de pesquisa e indica-se pesquisas nesta mesma temática, com maior número de participantes.