Uso de anfotericina b intralesional ou subcutânea associada ao itraconazol oral para o tratamento da esporotricose felina.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Carla Regina Gomes Rodrigues lattes
Orientador(a): Souza, Heloisa Justen Moreira de lattes
Banca de defesa: Souza, Heloísa Justen Moreira de, Baldani, Cristiane Divan, Gremião, Isabella Dib Ferreira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14085
Resumo: A esporotricose felina é uma micose de caráter zoonótico de grande importância para Medicina Felina do Brasil. O tratamento e a cura clínica dos animais doentes desempenha um papel importante para Saúde Pública nos últimos anos. A monoterapia com o itraconazol é o tratamento escolha para esporotricose felina. Alguns animais permanecem em tratamento por longo período com uso do itraconazol oral, apresentando persistência de lesões e acarretando em um tratamento de alto custo. A aplicação da anfotercicina B por via intralesional ou subcutânea associada ao itraconazol é uma possibilidade terapêutica para a esporotriocose em gatos. No entanto existem poucos dados em literatura sobre a eficácia e os efeitos adversos do uso da anfotericina B por estas vias de administração. O objetivo deste estudo é avaliar a eficácia da associação terapêutica entre a anfotericina B por via intralesional ou subcutânea ao itraconazol oral em gatos com esporotricose refratários a monoterapia ou com lesões recorrentes. E descrever os efeitos adversos desta associação terapêutica. Um total de 14 gatos foram inclusos no estudo. Todos os animais foram atendidos no Setor de Felinos do HVPA da UFRRJ. Os animais foram divididos em dois grupos de acordo com os critérios de inclusão. Todos os animais do grupo 1 receberam a aplicação semanal da anfotericina B por via intralesional sob efeito de sedação. E os animais do grupo 2 receberam a aplicação semanal da anfotericina B por via subcutânea. O itraconazol foi realizado durante todo o protocolo com a anfotericina B e mantido por mais trinta dias após o término do mesmo. Os animais foram acompanhados semanalmente e submetidos a realização de exame clínico e laboratoriais. No grupo 1 três eram fêmeas e quatro machos, e apenas um gato macho não era castrado. Apenas um animal era positivo para o FIV. Cinco dos sete gatos apresentavam lesão na região nasal e 71,4% das lesões com característica nodular. Foram realizadas máximo de 5 aplicações da anfotericina B e o volume máximo utilizado por aplicação foi de 1ml (5mg/gato). A cura clínica ocorreu em 85,7% (6/7). Os efeitos adversos no local da aplicação foram: desconforto no local no momento da aplicação, edema local imediato, edema local tardio e abscesso. Não foi encontrada variação significativa no peso dos gatos durante o tratamento com p > 0,05. Não foram encontradas variações significativas nos valores dos exames laboratoriais de ureia, creatinina, ALT, albumina, GGT urinária, PRCU, densidade urinária e hematócrito com p > 0,05. O SDMA aumentou em apenas um animal após o tratamento com a anfotericina B e não foi associada a azotemia. No grupo 2 três eram fêmeas e quatro machos, e apenas dois gatos machos eram inteiros. Quatro dos sete animais apresentavam lesão na região nasal. Foram realizadas no máximo de 5 aplicações da anfotericina B. A cura clínica ocorreu em 42,9% (3/7). Não foi encontrada variação significativa no peso dos gatos durante o tratamento com p > 0,05. O abscesso estéril foi o único efeito adverso local encontrado. Não foram encontradas variações significativas nos valores de ureia, creatinina, ALT, albumina, GGT urinária, PRCU, hematócrito com p > 0,05. Ocorreu uma variação significativa nos valores da densidade urinária com p < 0,05 durante o tratamento. O SDMA aumentou em conjunto com a azotemia em um animal após o tratamento com a anfotericina B. O uso da anfotericina B pelas vias subcutânea e intralesional associada ao itraconazol demonstrou ser uma boa associação terapêutica para o tratamento da esporotricose felina. No entanto é indispensável o acompanhamento laboratorial com o uso da anfotericina B em gatos mesmo por essas vias alternativas. O uso da anfotericina B pela via subcutânea foi capaz de causar injúria renal com o desenvolvimento de insuficiência renal crônica em um gato.