Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Oliveto, Luiz Henrique de Carvalho|
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Orientador(a): |
Lima, Marco Edilson Freire de
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Banca de defesa: |
Lima, Marco Edilson Freire de,
Wanderlind, Eduardo Hillmann,
Trossini, Gustavo Henrique Goulart |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Química
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Departamento: |
Instituto de Química
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20003
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Resumo: |
A doença de Chagas (DC) é uma doença tropical negligenciada (DTN), causada pelo protozoário hemoflagelado Tr;panosoma cruzi. A DC possui diferentes formas de contágio, sendo a principal delas a vetorial, através da picada de insetos da família Reduviidae (subfamília Triatominae). Contudo, a transmissão pode se dar ainda de forma vertical, da mãe para o filho, através da placenta ou da amamentação; por transfusão sanguínea; através de acidentes de laboratório; ou por via oral, também chamada de transmissão à distância, que se dá através do consumo in natura de alimentos contendo insetos contaminados. O T. cruzi possui um ciclo evolutivo complexo, apresentando três formas evolutivas distintas ( epimastigota, amastigota e tripomastigota). A evolução da infecção se divide em três fases: a fase aguda, a indeterminada e a fase crônica. Nesta última ocorrem danos, principalmente, do trato digestório e do sistema cardíaco, em aproximadamente 30% dos pacientes infectados. Dados recentes da literatura evidenciaram uma nova forma de amastigota, o amastigota dormente, que se aloja em células de tecidos profundos e pouco vascularizados, formando ninhos, sendo aptos a reiniciar o ciclo da doença a qualquer momento. Estima-se que a doença atinja de 6 a 8 milhões de pessoas em todo o Mundo e que cause aproximadamente 50 mil mortes. Há apenas dois fármacos que são utilizados no tratamento dos pacientes chagásicos: o nitroimidazol, benznidazol, e o derivado nitrofurânico, nifurtimox. Devido a efeitos genotóxicos o uso do nifurtimox foi descontinuado no Brasil, restando apenas o benznidazol como alternativa terapêutica para a quimioterapia da doença de Chagas. Os fármacos citados não demonstram atividade efetiva na fase crônica da infecção, o que aponta para a necessidade do desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas que atendam aos pacientes chagásicos crônicos. Um produto de origem natural que apresenta uma boa atividade in vitro frente ao T. cruzi é a amida piperina. Esta amida pode ser isolada em rendimentos que variam de 3 a 10%, a partir dos frutos secos de Piper nigrum (pimenta-do-reino). A estrutura química da piperina pode ser dividida em três subunidades principais, sendo elas: um anel aromático trissubstituído; um dieno conjugado, espaçador, com quatro carbonos; além de uma fração do tipo amidapiperidinil. Diferentes abordagens já foram empregadas, visando a melhor compreensão da relação estrutura-atividade (REA) da piperina, que levaram à preparação de diferentes famílias de derivados desta importante amida natural. Neste trabalho, propomos a utilização da estratégia de hibridação molecular da piperina com o núcleo nitro-tiazol, farmacóforo presente na estrutura do fármaco antiparasitário nitazoxanida (Annita®). Dados da literatura demonstram que nitro-heterociclos interferem no equilíbrio redox da célula do parasito, que sendo mais sensível à presença de espécies radicalares de oxigênio e nitrogênio, são mais afetadas por eles do que as células de mamíferos. Assim, os compostos planejados têm grande potencial de apresentarem toxicidez seletiva frente a células do parasito. Resultados preliminares, extremamente promissores, obtidos in vitro frente a amastigotas de T. cruzi ( cepa tulahuen LaCZ, C2C3) de um híbrido piperina- nitazoxanida sintetizado neste trabalho, validam a estratégia de planejamento molecular preconizada. Os híbridos foram preparados em rendimento entre 24 e 4 7%, através de reação de acoplamento entre ácidos carboxílicos e amidas, em presença HATU. Os testes em T. cruzi demonstraram-se positivos, com destaque ao híbrido principal, LOP-04, que apresentou resultado de IC5o na casa de 2 micromolar. Houve destaque de outros dois compostos, ME-04 e ME-05, ambos demonstraram bons índices de seletividade, 18,40 e 17,58, respectivamente. O conjunto de dados obtidos permitiu traçar um estudo de REA buscando compreender quais porções das moléculas planejadas contribuíram para a atividade tripanocida. |