Tecendo projetos políticos: a trajetória da Articulação Nacional de Agroecologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Bensadon, Ligia Scarpa lattes
Orientador(a): Medeiros, Leonilde Servolo de lattes
Banca de defesa: Schmitt, Cláudia Job, Bringel, Breno MArques
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11579
Resumo: A agroecologia emergiu nas últimas décadas como uma proposta inserida nas alternativas contra-hegemônicas de desenvolvimento, expressando-se de forma ampla como movimento social, ciência, prática e um modo de vida. Diversas organizações de movimentos sociais e ONGs do campo agroecológico têm interlocuções na Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). A pesquisa buscou compreender a formação e organização política da ANA, entendida como uma rede com heterogêneos vínculos e atores sociais, criada em 2002 para promover formulações de políticas e intercâmbios entre organizações que atuam com agroecologia. O fio condutor da pesquisa seguiu a trajetória da ANA para entender de que maneira promoveu a agroecologia enquanto um problema público reconhecido e se expressou como uma rede social, tanto para fazer convergir posicionamentos e ações, quanto para se opor ao agronegócio e disputar políticas públicas. O estudo parte da reconstrução histórica do movimento agroecológico, desde os passos iniciais da agricultura alternativa até o espraiamento e defesa da agroecologia por atores e setores diversos. Como instrumentos metodológicos, realizamos entrevistas semiestruturadas, participação em eventos e análise de documentos diversos, tendo como referencial analítico as noções de redes sociais e movimentos sociais, com uma abordagem relacional e descrição densa. A ação em rede, mesmo no esforço da horizontalidade, expressou concentrações, controvérsias e dinâmicas de envolvimento diversas. Percebeu-se que foi orientadora dessa construção a relação com o Estado, buscada como meio para expansão da proposta política, em ciclos mais ou menos intensos. Tal relação também orientou a articulação entre distintos atores sociais para uma maior difusão da agroecologia. Desde os documentos, percebeu-se o esforço para a convergência política e no consenso em temas e discursos, com uma gestão de ONGs historicamente envolvidas. Já nas entrevistas, as visões heterogêneas emergiram, expressando perspectivas e estratégias políticas marcadas por tensões que permeiam os campos políticos, num espaço de encontro das diferenças em posições sociais e relações de poder. O estudo permitiu conhecer as relações e os processos sociais que geraram a formação da ANA, bem como sua forma de ação em rede e sua expressão como parte do movimento agroecológico. A ANA impulsionou o significado político da agroecologia enquanto um frame, mobilizou os atores para um problema público e para ações em rede, com propostas de uma nova utopia