Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Dulci, Luiza Borges
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Orientador(a): |
Leite, Sérgio Pereira
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Banca de defesa: |
Leite, Sergio Pereira,
Schmitt, Claudia Job,
Wilkinson, John,
Schneider, Aaron,
Santos, Rodrigo Salles Pereira dos |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15821
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Resumo: |
Café. Mundialmente comercializado em grãos verdes, torrado e moído, solúvel e em cápsulas, assim como em bebidas cafeinadas diversas, sua dinâmica de produção e consumo expressa uma divisão internacional do trabalho, na qual países do Sul cultivam e países do Norte consomem. O Brasil se apresenta como um ponto fora da curva, na medida em que produz mais de um terço do café do mundo e constitui-se como o segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos. O Sul de Minas Gerais se destaca como principal região cafeeira do país, contabilizando um terço do café nacional e dez por cento do café mundial. Nesse contexto, a pesquisa busca responder à pergunta de por que o Brasil e o Sul de Minas Gerais em particular, têm sido incapazes de capturar e usufruir de parcela expressiva da renda gerada pela rede de produção global do café? O trabalho evidencia que as dificuldades encontradas pelas regiões e pelos grupos sociais dedicados ao cultivo do café, no Brasil e no mundo, refletem arranjos de relações que sustentam padrões específicos de governança, com destaque para a regulação; a concentração e a internacionalização das empresas; e a financeirização. Acrescenta-se a isso os efeitos do chamado Paradoxo do Café, que contrasta a desvalorização dos grãos e de seus produtores nos países do Sul com a valorização nas cafeterias e supermercados dos países do Norte. A realização da pesquisa implicou o uso de fontes orais e textuais, bem como de métodos quanti e qualitativos. Fontes primárias envolvem 44 entrevistas e visitas de campo em Minas Gerais. Fontes secundárias correspondem à análise de dados sobre o mercado mundial e brasileiro de café provenientes de instituições públicas e privadas, empresas, cooperativas, universidades e institutos de pesquisa, bem como da literatura especializada no tema. Com base nas fontes analisadas sustentamos a hipótese de que a atuação dos atores privados e públicos envolvidos com o negócio do café no Brasil têm sido insuficientes para superar a condição de subordinação e reverter os padrões de desigualdade que caracterizam a rede. O mercado de cafés especiais se apresenta como uma alternativa capaz de reverter padrões de desigualdade, na medida em que abre possibilidades de encurtar circuitos de comercialização e consumo e remunerar melhor os agricultores. Porém, os dados mobilizados na pesquisa indicam que ele se encontra amplamente dominado por dinâmicas corporativas. Ademais, a crescente valorização do café no Norte se dá, sobretudo, em razão de atributos imateriais, criados no momento do consumo, de maneira que a renda auferida não é revertida aos agricultores. Diante desse contexto, questiona-se os limites das estratégias de inserção em uma rede controlada por grandes multinacionais situadas no Norte e de uma distribuição mais equitativa e justa da renda e do poder considerando o padrão de governança atual. Mudanças necessárias apontam para o fortalecimento das capacidades estatais de apoio à agricultura e indústria nacionais, bem como a construção coletiva de caminhos por mais autonomia e emancipação. |