Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Porphirio, Max Fellipe Cezario.
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Orientador(a): |
Pereira, João Márcio Mendes
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Banca de defesa: |
Pereira, João Márcio Mendes
,
Welch, Clifford Andrew
,
Silva, Claiton Marcio da
,
Medeiros, Leonilde Servolo de
,
Fortes, Alexandre
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10090
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Resumo: |
Nossa tese propõe abordar o MEB a partir de uma nova perspectiva analítica. Diferentemente da historiografia sobre o movimento – que não discute o lugar desta força política nos debates agrários nacionais –, buscamos analisar a ação política do MEB no campo brasileiro, entre 1961 e 1966. Nesse sentido, discutimos como o conceito de “camponês” e a natureza da “reforma agrária” foram caracterizados nas cartilhas Viver é lutar, Mutirão e Educar para construir, durante as três fases do movimento, a fase modernizadora (1961), quando o movimento estava muito mais próximo dos argumentos episcopais nacionais, enxergando os problemas rurais pelo viés agrícola, indicando como soluções a ampliação do acesso ao crédito rural, a formação de cooperativas, a capacitação técnica dos trabalhadores rurais, a criação de centros sociais, a divulgação de conhecimentos médico-sanitários e as parcerias público-privadas (Estado, patronato e trabalhadores rurais); a fase progressista (1962 a 1964), quando o movimento se aproximou, significativamente, dos pressupostos da encíclica Mater et Magistra, criticando o imperialismo, a desigualdade socioeconômica e a concentração fundiária, e defendendo a participação política dos trabalhadores, a realização de uma reforma agrária, que democratizasse o acesso a pequena propriedade privada (reforçando seu papel emancipador), e a atuação do Estado como garantidor do acesso ao crédito, da capacitação profissional e da formação de cooperativas; a fase progressista conservadora (1965-1966), momento em que o MEB esteve alinhado às propostas modernizadoras do governo militar, retomando as pautas de 1961, mas mantendo algumas proposições do reformismo cristão. Nossa análise tem como eixo os signos de “camponês” e da natureza da “reforma agrária”, porque, ao redor deles, ricos debates foram produzidos pelas forças que atuavam no meio rural, e privilegia os conjuntos didáticos, pois estes materializavam os objetivos políticos do núcleo dirigente do MEB – por meio deles este setor conseguia falar diretamente com os trabalhadores rurais, atuando na constituição dos seus modos de vida e das suas visões de mundo. Adotando como referências teórico-metodológicas as ideias de Thompson, de Romano, de Marx e Engels, de Chauí, do Círculo de Bakhtin, de Williams, de Fairclough e de Scott, procuramos fazer uma análise bidimensional dessas cartilhas, discutindo tanto sua estrutura textual como a conjuntura político-econômica na qual se inseriam – considerando-as, ao mesmo tempo, práticas sociais reflexivas dos conflitos de classe e elementos por meio dos quais se buscava intervir e alterar os modos de vida. Assim, recorremos a uma diversidade de fontes: boletins e diretrizes do Conselho Diretor Nacional (CDN) do MEB, documentos legais assinados ou produzidos pelo movimento, correspondências trocadas entre monitores, alunos e coordenadores, pautas e materiais das reuniões de treinamentos dos seus monitores, relatórios enviados pelos monitores à Coordenação Estadual e ao CDN do MEB, anais dos encontros de coordenadores, cartas pastorais, obras dos principais teóricos pecebistas e dirigentes das Ligas Camponesas, documentos oficiais das principais organizações políticas e econômicas que atuaram no campo, projetos de lei que circularam no congresso federal e periódicos ligados aos movimentos rurais de orientação marxista, à Igreja Católica e da grande imprensa. |