Critérios taxonômicos para horizonte B espódico do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos: revisão e ampliação da nomenclatura e das definições

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Menezes, Andressa Rosas de lattes
Orientador(a): Anjos, Lúcia Helena Cunha dos lattes
Banca de defesa: Pereira, Marcos Gervasio, Oliveira, Aline Pacobahyba de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10550
Resumo: De acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) os horizontes B espódico são definidos pelo acúmulo iluvial de matéria orgânica humificada combinada com alumínio, podendo ou não conter ferro. No entanto, a falta de valores limites dos atributos diagnósticos dificulta a identificação do horizonte B espódico, sendo imprescindível a revisão e ampliação dos seus critérios taxonômicos. Diante disso, apresenta-se como objetivo rever os critérios taxonômicos para o horizonte B espódico no SiBCS. A partir de pesquisa bibliográfica, foram selecionados perfis de Espodossolos reclassificados conforme a atual versão do SiBCS, registrando-se em uma planilha eletrônica os atributos morfológicos, físicos e químicos. Os horizontes B espódicos são predominantemente arenosos, ácidos, de baixa soma e saturação por bases. A falta de valores limites dos atributos no SiBCS permite a identificação de horizontes que apresentam pH alcalino, elevada saturação por bases e muito baixo teor de C org, como nos perfis identificados no Pantanal. Neste sentido, é sugerido o teor mínimo de carbono orgânico (C org) ≥ 5 g kg-1 e pH ≤ 5,9 para definição dos horizontes B espódico. Os horizontes Bs(m) apresentam menores teores de C org, corroborando com as definições do SiBCS, contudo a falta de critérios quanto ao acúmulo de óxidos de Fe nos horizontes Bs(m) e Bhs(m) impossibilita uma classificação coerente para esta definição. Além disso, a falta de dados de extração de óxidos pedogenéticos na maioria dos B espódicos impede a proposição de critérios quantitativos para estes atributos que possam vir a ser implementados em futuras versões do SiBCS. Os padrões de cor mostram-se funcionais para separar os horizontes Bs dos demais por apresentar cores de valor e croma ≥ 4, bem como teores de C org menores que 20 g kg-1. Os B espódicos de valor e croma < 4 e sem evidências de acúmulo iluvial de ferro amorfo na morfologia podem ser separados quanto ao teor de C org em: Bh – acúmulo de C org até 20 g kg-1; B ̅ – acúmulo proeminente de matéria orgânica iluvial com C org ≥ 20 g kg-1. Em solos com horizonte superficial H hístico, os horizontes B espódico apresentam relativamente baixos teores de C org, ao passo que nos horizontes superficiais com altos teores de C org como o A húmico e A proeminente e em ambientes de melhor drenagem o teor de C org em subsuperfície é superior em relação demais solos com outros tipos de horizontes superficiais. Em perfis com condições de hidromorfismo o B espódico inicia-se ligeiramente mais próximo à superfície. Nos perfis no ambiente dos Tabuleiros Costeiros, pelo maior teor de argila dos sedimentos de origem, há maior acúmulo de matéria orgânica no B espódico. Por outro lado, os Espodossolos da Amazônia, o ambiente fluvial favorece a saída da matéria orgânica do meio e o clima equatorial propicia a intensa ciclagem e menor acúmulo de C org no horizonte B espódico. Já no ambiente de Campos de Altitude foi verificada a iluviação de óxidos de Fe e Al muito superior em relação aos demais ambientes, possivelmente em função das maiores quantidades de Al e Fe liberadas diretamente das rochas. A atual classificação taxonômica dos Espodossolos se baseia em critérios subjetivos e é pouco discriminante na separação dos indivíduos avaliados. Enquanto, a proposta de classificação – 2° nível categórico: Ferrilúvicos, Humilúvicos e Hiper- Humilúvicos; 3° nível categórico: Dúricos, Arênicos, Espessarênicos, Órticos – permitiu distribuição equitativa dos perfis dentro das classes propostas.