Desenvolvimento territorial endógeno em ambientes de montanha: estudos de caso em Nova Friburgo (RJ) e no Alto Camaquã (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Viviane Cristina Silva lattes
Orientador(a): Assis, Renato Linhares de
Banca de defesa: Silva, Robson Dias da, Guedes, Cezar Augusto Miranda, Neske, Márcio Zamboni, Pinto, Mauro Sérgio Vianello
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9813
Resumo: A tese parte do princípio que a cultura, o saber fazer, o modus vivendi, e o capital territorial, são aspectos fundamentais na diferenciação de produtos e serviços oferecidos por agricultores e pecuaristas que vivem e se (re)produzem em ambientes montanhosos. Assim, no sentido de fomentar a sustentabilidade nesses ambientes, sugere-se que para o manejo adequado dos agroecossistemas nessas áreas, práticas agroecológicas deve ser a base tecnológica, metodológica, sociológica e epistemológica. Sendo assim, considera-se de suma importância que os agricultores montanheses se apropriem da noção de território e dos conhecimentos e processos agroecológicos, de forma a que estes tenham autonomia na busca de caminhos que viabilizem melhores condições de permanência e prática da agricultura nas montanhas. Nesse sentido, a proposta é que o desenvolvimento local esteja alicerçado na endogenia, no protagonismo, na participação, na conservação dos recursos naturais e do patrimônio sociocultural, bem como na vitalidade das relações político-institucionais e econômicas. Assim, é importante destacar que a correta manutenção do território implica em ambientes mais equilibrados, na diferenciação de produtos e valorização da cultura local. Por tudo isto, a tese buscará responder o seguinte problema de pesquisa: De que forma aspectos territoriais endógenos, relacionados à produção agroecológica familiar, podem potencializar processos de desenvolvimento rural sustentáveis em ambientes de montanha? O objetivo da mesma é avaliar de que forma aspectos territoriais, relacionados à produção agrícola familiar, podem ser valorizados na constituição de processos de desenvolvimento rural sustentáveis em ambientes de montanha, utilizando para isto a agroecologia. Para tanto foram realizados estudos de caso na comunidade da Fazenda Rio Grande, em Nova Friburgo (RJ), e na região do Alto Camaquã (RS), para avaliar a percepção dos agricultores familiares acerca dos aspectos territoriais. Os resultados demonstraram que alguns aspectos culturais dos agricultores da Fazenda Rio Grande, Nova Friburgo tem se perdido com o tempo, como a produção da broa de fubá de milho branco, por exemplo, mas, por outro lado, a comunidade tem se organizado para o acesso a políticas públicas e adoção de práticas conservacionistas do solo, como a adubação verde e o plantio direto. No que se refere às pesquisas realizadas no território do Alto Camaquã, a análise dos dados revela uma pecuária familiar de base camponesa, onde os atores e sujeitos envolvidos no Projeto Alto Camaquã – que visa à valorização do local e de seus recursos como estratégias para acesso a mercados diferenciados - manejam os agroecossistemas de forma a manter viva as tradições locais. Outro aspecto que deve ser considerado na manutenção desse modus operandi e na conservação dos recursos naturais, se dá em virtude do isolamento dos pecuaristas dessa região, dado as grandes distâncias que separam as propriedades e o território em relação a área urbana, associado a não adoção de “pacotes tecnológicos” utilizados em uma agricultura de base industrial.