Em nome do imperador: reflexões sobre a Shindo Renmei e sua campanha pela preservação da etnicidade japonesa no Brasil (1937-1950)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva, Carlos Leonardo Bahiense da lattes
Orientador(a): Alimonda, Héctor Alberto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11633
Resumo: O presente trabalho tem como objeto a Shindo Renmei (Liga do Caminho dos Súditos). Trata-se de uma sociedade secreta japonesa que surgiu em São Paulo, em 1942, espraiandose rapidamente para outros estados brasileiros. A pesquisa revelou que a emergência da Shindo Renmei foi uma contra-estratégia utilizada por nipônicos para a manutenção da etnicidade japonesa nos trópicos, noutras palavras, para a formação de um Brasil japanizado. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a comunidade nipônica e nipobrasileira dividiu-se em vitoristas (kachigumi) e derrotistas (makegumi). Os vitoristas, integrados por membros da Shindo e associações congêneres, recusaram-se a aceitar a derrota do Japão para as forças aliadas. Mais ainda: passaram a perseguir todos os japoneses e descendentes que reconheciam que o Sol Nascente havia perdido a guerra. Em alguns casos, tais nipônicos e nikkeis tidos como derrotistas foram assassinados pelos kachigumi. A pesquisa mostrou que a não-aceitação da derrota pelos vitoristas estava umbilicalmente atrelada à identificação de parte significativa dos japoneses com a religião xintoísta. Segundo tal religião, o imperador e o Japão eram protegidos pelos deuses, portanto, invencíveis. A análise explicitou também que a Shindo Renmei apresentava um discurso fascista baseado na tríade: culto ao líder, intolerância à alteridade, valorização da originalidade histórica e nacional.