Cultura Organizacional da Embrapa Agrobiologia: um estudo dos pressupostos culturais que estimulam a inovação e transferência de tecnologias para a sociedade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Diniz, Aurea Lucia
Orientador(a): Villardi, Beatriz Quiroz
Banca de defesa: Villardi, Beatriz Quiroz, Garofolo, Ana Cristina Siewert, Salles, Denise Medeiros Ribeiro, Galindo, Flávia Luzia da Cunha, Cribb, André Yves
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Gestão e Estratégia
Departamento: Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15320
Resumo: No setor agropecuário pesquisar e transferir tecnologia são considerados essenciais para o desenvolvimento econômico e agrícola do país. O foco deste estudo foi a EMBRAPA, especificamente a Embrapa Agrobiologia, reconhecida por sua atuação na pesquisa em fixação biológica de nitrogênio FBN, por preconizar o uso de insumos biológicos e promover sistemas de produção aplicados à agricultura orgânica no Brasil. A pesquisa em FBN foi iniciada em 1951, com a chegada da pesquisadora Johanna Döbereiner, e com base nessas pesquisas, a Embrapa Agrobiologia foi fundada em 1989. Em 2011 foi criada a Diretoria de Transferência de Tecnologia e desde sua criação, ainda não foi realizado um estudo para descrever como os pressupostos individuais dos empregados, que compõem a cultura da Embrapa Agrobiologia, influenciam a transferência de tecnologia, objetivo central desse estudo. Para isso, se realizou uma pesquisa de natureza qualitativa interpretativa. Dez sujeitos foram selecionados de forma intencional, dentre os empregados contratados pela sua fundadora ou por concurso com tempo de serviço entre dois e trinta e cinco anos de casa pertencentes ao grupo de P & D, ao grupo de transferência de tecnologia e ao de gestão de laboratórios. Realizou-se observação de campo e entrevista com roteiro semiestruturado cujos dados foram processados mediante analise hermenêutica indutiva. Realizou-se também pesquisa documental na pasta funcional dos entrevistados, nos documentos que contam a história da Embrapa Agrobiologia. Os resultados empíricos evidenciaram entre outros pressupostos culturais prevalecentes que influenciam a transferência de tecnologia: “os pesquisadores devem continuar o trabalho de sua fundadora na formação de pessoas e publicando em busca de reconhecimento acadêmico internacional”; “Embrapa Agrobiologia gera conhecimento mais do que tecnologia”; “Os pesquisadores contribuem para a sociedade formando pessoas”. Todavia, esses pesquisadores acreditam que: gerar e compartilhar o conhecimento por meio da formação de pessoas é a sua contribuição para a sociedade. Consideram os entrevistados que o compartilhamento e o espírito coletivo estimulariam o desenvolvimento e a transferência de tecnologia. Contudo, dentre os pesquisadores prevalece o espírito de competição e um tratamento diferenciado entre os diversos grupos de pesquisa. Dificulta-se desse modo, o compartilhamento e a efetiva transferência de tecnologia à sociedade. Recomenda-se estimular a formação de comunidades de prática e desenvolver uma cultura de aprendizagem organizacional para estimular o compartilhamento e o espírito coletivo. Dessa forma poder-se-ia envolver os agentes que participam do processo de transferência de tecnologia: pesquisadores, grupo do setor de transferência e o próprio agricultor, que mediante seu aprendizado possam gerar tecnologias passiveis de adoção propiciando-se na unidade cumprir a sua missão. O estudo pode ser aprofundado com pesquisa sobre a influencia do sistema de avaliação de desempenho no desenvolvimento da pesquisa na transferência de tecnologia; nas relações de confiança construídas, como estimuladores da transferência de tecnologia e nos respectivos processos burocráticos que se revelaram desestimuladores da pesquisa colaborativa e da transferência de tecnologia na empresa como um todo.