Crescimento de espécies florestais em convivência com Urochloa brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Thainá Alves dos lattes
Orientador(a): Chaer, Guilherme Montandon
Banca de defesa: Chaer, Guilherme Montandon, Machado, Aroldo Ferreira Lopes, Moraes, Luiz Fernando Duarte de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11161
Resumo: A presença de gramíneas exóticas em áreas destinadas a reflorestamentos é um dos principais entraves para o crescimento e sobrevivência dos indivíduos plantados, seja pela competição por recursos e/ou alelopatia. O primeiro estudo dessa dissertação teve como objetivo avaliar o efeito da presença de Urochloa brizantha sobre o crescimento de espécies arbóreas do bioma Mata Atlântica, em Seropédica-RJ. O estudo abrangeu cinco experimentos em delineamento inteiramente casualizado, cada um contendo uma das seguintes espécies: Cedrela fissilis, Guazuma ulmifolia, Schinus terebinthifolius, Sapindus saponaria e Hymenaea courbaril. Os tratamentos consistiram da presença ou ausência de Urochloa brizantha em convivência com a muda da espécie florestal. As unidades experimentais constavam de vasos contendo 16 kg de solo. Foram realizadas mensalmente avaliações de altura, diâmetro do coleto e mortalidade das mudas. Aos 180 dias pós-plantio mensurou-se a massa seca de parte aérea e radicular da espécie arbórea e da gramínea, separadamente. Os resultados evidenciaram forte interferência do capim-braquiarão sobre o crescimento das espécies florestais, sendo as massas seca de parte aérea e radicular as variáveis de crescimento mais afetadas. Dentre as espécies, C. fissilis apresentou alta mortalidade quando em convivência com U. brizantha, chegando a 83% de perdas a partir do quinto mês após o plantio. No segundo estudo foi avaliada a magnitude da competição por água, nutrientes e alelopatia imposta por Urochloa brizantha quando em convivência com Schinus terebinthifolius. Para isso, um estudo foi montado em casa de vegetação utilizando como princípio a exclusão seletiva da competição por água, nutrientes ou do efeito de alelopatia. As unidades experimentais consistiram de vasos de 18 kg com uma muda de S. terebinthifolius. O delineamento experimental constituiu de um fatorial completo inteiramente casualizado com 3 fatores: (1) convivência ou não com U. brizantha, plantada na densidade de 4 mudas por vaso; (2) fornecimento de nutrientes limitante (25% da dose recomendada) e não-limitante (200% da dose recomendada) e (3) o fornecimento de água limitante (umidade mantida entre ponto de murcha a 50% da capacidade de campo) e não-limitante (umidade mantida entre 60 a 80% da capacidade de campo). Foram realizadas mensalmente avaliações de altura e diâmetro do coleto das mudas. Aos 180 dias mensurou-se a massa seca da parte aérea e radicular da espécie arbórea e da gramínea. Os resultados evidenciaram forte competição da gramínea sobre a espécie arbórea. O convívio com a gramínea reduziu, em média, em 30,5 cm a altura, em 1,58 mm o diâmetro do coleto e em 22,7 g e 9,5 g as massas secas da parte aérea e das raízes de S. terebinthifolius, respectivamente. Os resultados indicaram que a competição por água é o principal fator responsável pela redução do crescimento de S. terebinthifolius quando em convivência com U. brizantha, seguido pela competição por nutrientes. O estudo não possibilitou avaliar a existência de alelopatia de U. brizantha sobre S. terebinthifolius, visto que não foi possível eliminar concomitantemente a competição por água e nutrientes no modelo experimental proposto. Os resultados dos dois estudos executados evidenciam a importância do controle de gramíneas exóticas em projetos de reflorestamento com espécies nativas, para maiores ganhos em crescimento e sobrevivência das mudas introduzidas.