A Rural e o urbano em Seropédica/RJ: Imagens territoriais e relações de poder

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bandeira, Tanusa Oliveira lattes
Orientador(a): Pereira, Denise de Alcantara lattes
Banca de defesa: Pereira, Denise de Alcantara lattes, Silva, Humberto Kzure-Cerquera Cerqueira da, Rego, Andréa Queiroz da Silva Fonseca lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas
Departamento: Instituto de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/19949
Resumo: O campus Seropédica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro é um dos maiores da América Latina. O território universitário, situado no Oeste Metropolitano do Rio de Janeiro, influencia e é influenciado pelo seu entorno, o Município de Seropédica. A Universidade ocupa aproximadamente 12% da área municipal e se localiza entre os dois principais centros urbanos, conhecidos como Km 49 e Km 40, cujo desenvolvimento é desordenado, sem restrições e apresenta carências infraestruturais e sociais. Diante do debate sobre o papel da universidade pública, o planejamento e gestão de seus espaços e o desenvolvimento sócio- espacial municipal, a pesquisa objetiva analisar a integração territorial entre o campus Seropédica da Rural e o município onde se insere, a partir das imagens territoriais dos diferentes atores que com eles se relacionam. São analisados os aspectos sócio-espaciais do Município e do campus, bem como dados institucionais para identificação dos atores e agentes, considerando tanto a comunidade universitária como os habitantes impactados pela presença da Universidade, mapeamento e especialização das desigualdades sociais e urbanas existentes. Como método de leitura do território e dos conflitos e convergências a respeito dos espaços do campus e suas imediações, levanta-se, por meio de entrevistas e questionários, as imagens territoriais percebidas pelos diversos sujeitos; e são analisadas as articulações relativas ao desenvolvimento do Município. Dentre as abordagens do conceito de território, considera-se aquela que o relaciona ao poder e representação agregada às perspectivas simbólicas de apropriação e de territorialidade. A investigação revela que os atores sociais reconhecem a relação entre os dois territórios e a maioria considera a Rural como uma das principais referências do lugar, pela função educacional que atrai pessoas de vários lugares e pela influência que exerce na economia local. A mobilidade ineficiente é um dos pontos negativos em comum entre os territórios e prejudica a integração espacial entre eles. A maior crítica é relativa à Rodovia BR-465, que corta Seropédica e o território ruralino. Apesar de ser um dos elementos fragmentadores da paisagem, representa o principal eixo de estruturação do Município, concentrando a vida urbana nos núcleos principais. Os resultados apontam para o necessário envolvimento político, social, ambiental, cultural e de lazer entre os territórios com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do Município, promovendo qualidade de vida e justiça social, e uma maior integração da Universidade com a Cidade, por meio do envolvimento da sociedade, valorização da educação pública, redução da violência no campus e aproveitamento de seus espaços livres e verdes pela população. Dentre as estratégias e sugestões indicadas nos questionários, a extensão universitária figura com grande potencial e apesar de já adotada pela instituição, ainda não reflete as mudanças sócio-espaciais necessárias. A pesquisa aponta para ações em desenvolvimento pelas gestões universitária e municipal, no sentido de integrar os territórios, o que é visto com grande potencial de retorno positivo. A construção política do território revela que as ações são transitórias de acordo com os objetivos e intenções dos poderes atuantes e nem sempre atendem as demandas locais. Para enfrentar essa questão, a Universidade deve se aproximar da comunidade seropedicense contribuindo com seus saberes, incentivando a participação social e fortalecendo a identidade local.