Igreja Católica e movimento operário no contexto da transição democrática: a trajetória da Pastoral Operária (1975-1990)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Luiz Fernando Mangea da lattes
Orientador(a): Fortes, Alexandre lattes
Banca de defesa: Estevez, Alejandra Luisa Magalhães lattes, Corrêa, Larissa Rosa lattes, Sales, Jean Rodrigues lattes, Campos, Pedro Henrique Pedreira lattes, Fortes, Alexandre lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10085
Resumo: A presente tese tem como objetivo a análise das experiências política e religiosa da Pastoral Operária (PO) e dos trabalhadores durante o período de transição da ditadura militar para o período de redemocratização, estendendo-se até a década de 1990. Partimos de 1975, porque foi nesse período que a Pastoral Operária inicia uma articulação em todo o território nacional por meio dos primeiros encontros da Comissão Nacional de Pastoral Operária (CPO). Esses encontros foram importantes para que surgissem os primeiros documentos de fundação da pastoral a partir de 1978, definindo os objetivos de atuação da Pastoral Operária em diversas dioceses brasileiras. Para compreender a atuação da pastoral movimento ecumênico, mas que surge da Igreja Católica buscamos investigar como se deu a experiência religiosa e políticas dos integrantes da Pastoral Operária com os trabalhadores e com as trabalhadoras de forma geral, mas pegando a região do ABC Paulista e a cidade de Volta Redonda para mapear essa intensidade. É importante salientar para o leitor que a escolha do ABC e de Volta Redonda não foi uma escolha aleatória. São duas regiões importantes para pensar as relações sociais, políticas e religiosas entre a PO e o movimento operário, já que tiveram uma preponderância no cenário político nacional. No final da década de 1970 e durante a década de 1980, transformaram-se em importantes núcleos de experiências política e social para os movimentos operário e católico. Foram práticas de lutas desenvolvidas por esses atores sociais, e que se estenderam até a década de 1990, quando se inicia no Brasil uma política neoliberal, modificando não só a relação social entre capital e trabalho. Somado a isso, a Igreja desenvolveu uma ação evangelizadora de desmobilização política em toda a América Latina para combater a Teologia da Libertação e os trabalhos que eram realizados com as Comunidades Eclesiais de Base. Também temos que considerar que houve uma modificação do episcopado brasileiro a partir da década de 1990 que contribuiu para o esvaziamento da Pastoral Operária em todas as dioceses brasileiras. Isso porque temos que levar em consideração a nomeação de bispos conservadores pelo Papa João Paulo II, e saída daqueles bispos que foram nomeados Papa Paulo VI, que deram um open ground para Pastoral Operária. Esses bispos foram deixando as arquidioceses e dioceses a partir dos anos 90, por razões da idade avançada e do tempo de serviço prestado a Igreja. Tanto como pano de fundo para nossa investigação se deu com a documentação produzida pela própria pastoral, e também por meio de entrevistas com agentes pastorais que atuaram no ABC, em Volta Redonda e no âmbito nacional