Variabilidade da frequência cardíaca em cães portadores de co- lapso de traqueia, bronquite crônica e síndrome do braquicefálico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos Filho, Mário dos lattes
Orientador(a): Botteon, Paulo de Tarso Landgraf lattes
Banca de defesa: Botteon, Paulo de Tarso Landgraf lattes, Silva, Bruno Ricardo Soares Alberigi da lattes, Bendas, Alexandre José Rodrigues lattes, Muzzi, Ruthnéa Aparecida Lázaro lattes, Chamas, Patricia Pereira Costa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20173
Resumo: A regulação cardíaca sofre influência da obstrução de vias aéreas, mas a resposta autonômica destes distúrbios ainda não está totalmente elucidada. A Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) permite avaliar a modulação autonômica, por meio das despolarizações ventriculares, fornecendo informações sobre a influência do ritmo cardíaco. O objetivo do presente trabalho foi estudar o balanço simpatovagal por meio da VFC em cães portadores de doenças respira- tórias obstrutivas (DROs). Foram incluídos 60 cães, independente do sexo e do estado repro- dutivo. O grupo controle constituiu-se de 15 cães hígidos. Grupo tratamento foi constituído por: 15 animais com colapso de traqueia, 15 animais com bronquite crônica e 15 animais com síndrome do braquicefálico, todos com escore de condição corporal de 5-6, e idade de 1 a 5 anos. Após categorização, foi colocado frequencímetro Polar®, e mantido por quarenta minu- tos. Os dados foram compilados no software Kubius© para análise da VFC, no domínio do tempo (FC mín, FC méd, FC máx, Mean-NN, SDNN, rMSSD, PNN50%, além do Gráfico de Lorenz) e da frequência (LH, HF e LH/HF), e índices não-lineares (ApEn, CVI, CSI, alfa1 e alfa2). Variáveis normais foram submetidas ao teste Shapiro-Wilk e suas médias comparadas pelo teste T de Student. Variáveis não-paramétricas comparadas pelo teste Mann-Whitney. Nível de significância de 5%. A análise apresentou média de SDNN, PNN50% e rMSSD mai- ores aos encontrados no grupo controle, bem como valores apresentados pela literatura como normais para cães hígidos, indicando predomínio parassimpático, além do fisiológico, em cães. O aumento do SDNN e sua associação a valores maiores do rMSSD, traduz atividade parassimpática. Em relação à FC máxima, FC Média e FC Mínima, percebe-se que seus valo- res podem oscilar para redução, ratificando que cães com DROs sofrem influência da ativida- de parassimpática, quando comparados aos hígidos. LF (alta frequência) corresponde à ativi- dade respiratória, observando-se aumento nos valores médios, traduzindo-se em modulação parassimpática. O índice simpatovagal (LF/HF), possuiu tendência ao aumento desta modula- ção nas DROs, com exceção do grupo CT, aonde o valor foi próximo do grupo controle, ex- plicado pelo aumento da atividade simpática destes animais, decorrente a agitação e pela ta- quipneia. Analisando a tendência das médias nas variáveis não-lineares entre os grupos, pode- mos associar o fator de irregularidade do sinal, com a doença, uma vez que estudos indicam que indivíduos saudáveis, possuem grau de desordem menor, pois sua adaptação não requer variação do SNA, enquanto doentes, possuirão irregularidade de sinal com entropia alta. O Índice Cardiovagal, apresentou diferença estatística comparando-se os grupos com o controle. Esta variação ocorreu pela menor modulação parassimpática se comparados em cães saudá- veis. Alfa 2 apresentou diferença comparando-se o grupo controle com os demais, e CT vs BC. Este achado indica a irregularidade de VFC e representa a correlação de longo prazo e por isso atenua o fator estresse em momentos de estímulo ambiental, traduzindo dados de ação vagal. O Gráfico de Lorenz, compilado pelos intervalos R-R ao longo do tempo, de- monstra a evolução do tônus vasovagal nos pacientes com DROs, sendo avaliado pelo grau de dispersão, evidente neste estudo. Quanto ao ritmo, foram observadas evidências da relação da arritmia sinusal com DROs, sendo que 70% dos animais do estudo apresentaram pausas sinu- sais, demonstrando tônus vagal exacerbado. Por conclusão, evidencia-se que os animais estu- dados são expostos aos distúrbios do ritmo sobre o batmotropismo cardíaco.