Neorickettsia risticii: aspectos soro-epidemiológicos e estudo da malacofauna em propriedades com criações de equinos no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Renata Lins da lattes
Orientador(a): Santos, Huarrisson Azevedo
Banca de defesa: Brandolini, Solange Viana Paschoal Blanco, Guedes Junior, Daniel da Silva, Silva, Jairo Pinheiro da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11957
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido em propriedades com criações de equinos nas microrregiões de Itaguaí e Serrana, ambas localizadas no estado do Rio de Janeiro. O estudo teve por objetivo avaliar o papel de moluscos e trematódeos no ciclo de Neorickettsia risticii nas criações localizadas na microrregião de Itaguaí e analisar a frequência de anticorpo anti-N. risticii em equinos da microrregião Serrana, destacando os possíveis fatores associados à soropositividade dos animais. Das treze propriedades estudadas na microrregião de Itaguaí, foram coletados 410 espécimes de moluscos límnicos, por meio de puçá adaptado por tela fina. Os moluscos foram expostos à luz incandescente (60 w) por 2-4 horas para pesquisa de formas larvais de trematódeos. Posteriormente, procedeu-se à detecção molecular de N. risticii através da Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real (qPCR) tanto nas amostras de DNA dos moluscos como nas amostras de larvas de trematódeos. Foram encontrados diversos táxons de moluscos sendo 71,70% (294/410) representados por Melanoides tuberculata; 10,97% (45/410) por Pomacea sp.; 3,65% (15/410) por Drepanotrema anatinum; 6,58% (27/410) por Biomphalaria tenagophila; 0,24% (1/410) por Biomphalaria straminea; 5,60% (23/410) por Physa acuta e 1,21% (5/410) pela Família Hydobriidae. Foi observada uma frequência de 3,17% (13/410) de moluscos parasitados por trematódeos. De acordo com as características morfométricas e biológicas observada nos trematódeos foram classificados os seguintes tipos cercariais: Megalourous cercariae, Pleurolophocercous cercariae e Furcocercous cercariae. Não foi observada amplificação do DNA-alvo para N. risticii em nenhuma das amostras de DNA de moluscos e trematódeos analisados. Com relação ao estudo soro-epidemiológico de N. risticii em equinos da Microrregião Serrana, foram coletadas 354 amostras de sangue dos animais, residentes em 49 propriedades da região, através de venopunção jugular em tubos de 5 ml sem anticoagulante. As amostras de sangue foram submetidas à centrifugação para obtenção dos soros que foram armazenadas em freezer a -20 °C até o momento das análises. Para detecção de anticorpo anti-N. risticii utilizou-se a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), e as amostras foram consideradas positivas quando reagiram à N. risticii sob a diluição de 1:50. Dentre os municípios de Petrópolis e Teresópolis encontrou-se uma frequência de 5,9% dos equinos sorologicamente reativos. Dentre os possíveis fatores analisados, constatou-se que sexo, raça, idade, manejo sanitário e zootécnico, presença de caramujos e áreas alagadas não apresentaram associação com a soropositividade dos equinos por N. risticii (p>0,05). A região de origem ou procedência do animal foi o único fator associado (p<0.05) à soropositividade por N. risticii na área estudada. A presença de animais sorologicamente reativos para N. risticii em Petrópolis e Teresópolis indica a circulação do agente em mais uma área geográfica do Brasil. Logo, a pesquisa de moluscos e trematódeos que alberguem a bactéria N. risticii pode auxiliar no entendimento da cadeia de transmissão da Erliquiose Monocítica Equina (EME), principalmente em regiões com evidências sorológicas de animais acometidos. Além disso, o estudo dos aspectos epidemiológicos desta doença em criações de equinos do estado do Rio de Janeiro pode fornecer suporte para possíveis medidas de prevenção e controle desta enfermidade nos animais.