Dexmedetomidina associada a nalbufina, butorfanol ou metadona: comparação da sedação, influência sobre a dose de indução anestésica do propofol e na reação a cateterização venosa com ou sem o uso do creme EMLA em gatos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Renato Leão Sá de lattes
Orientador(a): Souza, Heloisa Justen Moreira de
Banca de defesa: Marinho, Bruno Guimarães, Fernandes, Julio Israel, Santos, Paulo Sérgio Patto dos, Ascoli, Fábio Otero
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10140
Resumo: O presente trabalho foi desenvolvido no setor de medicina felina do Hospital Veterinário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Foram utilizadas 42 gatas destinadas à castração eletiva e todas foram enquadrados pela classificação de risco da American Society of Anesthesiologists (ASA) como ASA I ou II para serem incluídas no estudo. Os objetivos foram, primariamente, avaliar a sedação e o efeito sobre a dose de indução de propofol de três protocolos de medicação pré-anestésica com dexmedetomidina (0,01 mg.kg-1) associada à nalbufina (DN; 0,3 mg.kg-1), butorfanol (DB; 0,3 mg.kg-1) ou metadona (DM; 0,3 mg.kg-1). Secundariamente, os animais tratados com dexmedetomidina associada à nalbufina ou metadona foram avaliados quanto à eficácia da aplicação do creme de lidocaína-prilocaína (creme EMLA) por 20 minutos a fim de reduzir sua reação à cateterização venosa, sendo metade dos animais de cada grupo tratada com o creme e a outra metade controle negativo. Os animais foram aleatoriamente alocados nos diferentes tratamentos e, após aclimatação, os receberam por aplicação intramuscular na musculatura epaxial lombar. Foi registrado o escore de sedação nos tempos 10, 20 e 30 minutos após a aplicação dos tratamentos. Nos grupos DN e DM os animais receberam a aplicação do creme EMLA 10 minutos após a aplicação da medicação pré-anestésica. Ao fim da avaliação da sedação 30 minutos após a aplicação dos tratamentos, os animais eram submetidos à cateterização venosa na veia cefálica esquerda, com avaliação da reação destes ao procedimento nos grupos DN e DM, realizada a indução anestésica com propofol (5 mg.kg.min-1) e registrada a quantidade necessária para a indução anestésica. Os escores de sedação não foram diferentes entre os grupos, sendo observado um incremento da sedação ao longo do tempo nos três grupos, com sedação intensa em todos os grupos no tempo 30 minutos após a administração dos protocolos. Da mesma maneira, o tempo para os animais virem a decúbito lateral não diferiu entre os grupos. As doses de propofol para indução não diferiram entre os grupos. O principal efeito adverso observado foi êmese, presente em 0/14 gatos em DN, 2/14 em DB e 2/14 em DM. Para a reação à cateterização venosa foi possível observar redução significativa nos grupos tratados com creme EMLA em comparação aos animais controle. A ação sinérgica ou ao menos aditiva entre agonistas α-2 adrenérgicos e opioides deve ser considerada como um dos principais fatores que levaram aos níveis intensos de sedação e curto tempo de latência dos protocolos. Concluímos que a sedação com nalbufina, metadona ou butorfanol, associados à dexmedetomidina, nas presentes doses, produz sedação intensa, com curto tempo de latência, baixa incidência de êmese e pode reduzir o requerimento de propofol para indução anestésica em gatos. Adicionalmente, a combinação de nalbufina ou metadona com dexmedetomidina, nas presentes doses, quando associadas ao creme EMLA, podem abolir as respostas dos animais à cateterização venosa.