Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Marcella Sandim Couto Greco
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Orientador(a): |
Borges, Lilian Maria |
Banca de defesa: |
Borges, Lilian Maria,
Oliveira, Valéria Marques,
Arrais, Alessandra da Rocha,
Guedes, Moema de Castro |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Instituto de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14417
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Resumo: |
As mulheres, na pós-modernidade, têm buscado ocupar espaços sociais que não reduzam a sua realização pessoal à criação dos filhos. Nessa perspectiva, ser mulher-mãe em contexto universitário acarreta o desafio de conciliar diferentes demandas em meio a exigências socioculturais e pessoais de uma maternidade e uma prática acadêmica idealizadas. Este trabalho teve por objetivo refletir sobre situações de vulnerabilização ao sofrimento psíquico e fortalecer fatores de proteção psicossocial a partir do desenvolvimento de um programa grupal, de caráter psicoeducativo e emancipatório, voltado para a proteção e promoção à saúde mental de mães universitárias. Trata-se de uma pesquisa-intervenção com implicação das sujeitas na construção do campo investigado. Dezoito discentes de cursos de graduação e de pós-graduação, de universidades públicas e privadas, com filhos de até 5 anos, foram organizadas em dois grupos, compostos por 8 e 10 integrantes. Ao todo, com cada grupo, foram realizados sete encontros norteados por temas geradores, em que se buscou favorecer o diálogo e a construção de um espaço coletivo para reflexões conjuntas e trocas de experiências. Com vistas a complementar e contextualizar as narrativas obtidas ao longo do processo grupal, as mulheres participaram previamente de uma entrevista semiestruturada e, ao encerramento dos encontros, responderam a dois questionários para avaliação das experiências em grupo, um deles com aplicação coletiva e o outro de modo individual. As narrativas registradas no decorrer do compartilhamento de perspectivas e experiências convergiram para a insegurança percebida em “ser mulher”, considerando as desigualdades de gênero, e para as repercussões socioemocionais relacionadas ao desafio de vivenciar às demandas e cobranças sociais do papel materno em conjunto com às exigências das práticas acadêmicas e/ou profissionais. Outros pontos marcantes no relato das participantes foram histórico de depressão ou transtorno de ansiedade; pouca ou nenhuma rede de apoio, sobretudo nos casos de maternidade solo e de residirem distante da família; assédio institucional; e condições financeiras ou de saúde desfavoráveis para a gestão de suas atividades. As participantes destacaram a relevância das práticas grupais para discussão sobre o ser mulher-mãe em contexto universitário e sugeriram que estas ações sejam inseridas nas IES como modo de proteção à saúde mental das discentes e de fortalecimento de suas redes de apoio. Ao propiciar espaços de conscientização, reflexão e construção conjunta de enfrentamento a situações vulnerabilizantes, o estudo mostrou a importância de se compreender a miríade de fatores que afetam a saúde mental de mulheres-mães e de promover ações capazes de minimizar desigualdades de gênero, bem como de legitimar seus projetos de vida. |