Sinfonia Inacabada: segredo, imaginação e comunidade de vida canção nova

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Oliveira, Eliane Martins de lattes
Orientador(a): Comerford, John Cunha lattes
Banca de defesa: Comerford, John Cunha lattes, Giumbelli, Emerson Alessandro lattes, Duarte, Luiz Fernando Dias lattes, Lima, Marcelo Ayres Camurça lattes, Menezes, Renata de Castro lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20711
Resumo: Esta tese é uma etnografia sobre a Comunidade de Vida Canção Nova: agrupamento formado por católicos carismáticos, compreendendo homens, mulheres, solteiros, casados, celibatários e sacerdotes, que se dizem “chamados” por Deus a abandonarem seus planos pessoais (emprego, estudo, relacionamentos afetivos, família, propriedades) e a compartilharem o cotidiano em habitação comum, com o propósito de viverem a “vida no Espírito”. “Viver no Espírito” significa abandonar-se à ação direta de Deus na condução da vida comunitária diária (misticismo) e dedicar-se exclusivamente à missão evangélica para salvação do mundo, cumprida pela difusão dos preceitos católicodoutrinários nos meios de comunicação próprios e em megaeventos organizados para fiéis não-comunitários (ascetismo). Segundo os membros dessa comunidade, “Canção Nova” é um dom especialmente criado por Deus para se materializar no mundo dos homens em forma de pessoas, de caráter, de espaço, de arquitetura, de mídia, de comunidade, de missão, de instituição, com a finalidade de “formar homens novos para um mundo novo”, em virtude do final dos tempos e da iminência da segunda vinda de Jesus ao mundo. Entretanto, crê-se que o dom Canção Nova, que está oculto no coração de Deus, somente é descoberto progressivamente pelos membros da Comunidade Canção Nova. Esse movimento de revelação e descoberta do dom Canção Nova constrói uma espécie de “história sagrada” ou “cosmologia” da Canção Nova, de fluxo aberto e incessante. A etnografia narra duas histórias. A primeira história reconstitui as histórias “nativas” que compõem a “história da Comunidade Canção Nova”, da sua gênese até os dias de hoje. A segunda história expõe as histórias que vivi com os membros da Comunidade de Vida Canção Nova e com um conjunto de diferentes atores sociais indiretamente relacionados a ela. As duas histórias são narradas intercaladamente. A permanente interrupção de uma história para o recomeço de outra pretende simular, na escrita etnográfica, a dinâmica de ambivalência entre a promessa e a falta, a presença e a ausência, a revelação e o segredo, o dito e o não-dito contidos na cosmovisão e na prática religiosa-comunitária da Canção Nova.