História da implantação da educação do campo na comunidade de São João da Barra Seca, Colatina-ES: implicações na emancipação social dos camponeses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Kelfer, Gizele lattes
Orientador(a): Santos, Ramofly Bicalho dos lattes
Banca de defesa: Santos, Ramofly Bicalho dos lattes, Carvalho, Igor Simoni Homem de lattes, Pimenta, Alessandro Rodrigues lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12755
Resumo: Esta pesquisa rememora os principais marcos históricos do Movimento da Educação do Campo a nível nacional, estadual, municipal e, especificamente, na comunidade camponesa de São João da Barra Seca - SJBS, situada no município de Colatina - ES. Com base em minha experiência de vida como estudante do campo, que tive que sair de minha comunidade de origem, em busca da continuidade de meus estudos e ao observar todo o movimento organizado das famílias residentes no Vale de Santa Joana para que tivessem uma escola naquela região, despertou-me a motivação para investigar a trajetória de luta desses sujeitos na realização de um sonho coletivo que durou, aproximadamente, duas décadas até realizar-se. Com objetivo de compreender o contexto local/comunitário, foi-se necessário pesquisar a origem do Movimento da Educação do Campo em âmbito nacional e depois com uma abordagem focando o Estado do Espírito Santo. Conseguinte, a pesquisa investigou os processos históricos desse movimento no município de Colatina – ES, para assim, conhecer a história da implantação da Educação do Campo na comunidade de SJBS, que resultou-se na construção da Escola Municipal Comunitária Rural “Fazenda Pinotti”. A metodologia de pesquisa baseou-se num estudo qualitativo. O estudo de caso foi a estratégia utilizada na abordagem da coleta de dados e informações acerca da temática investigada. Os resultados revelaram a insatisfação das famílias residentes em SJBS e no Vale de Santa Joana, em verem seus filhos irem estudar em escolas distantes e com realidades divergentes ao contexto camponês. Esse descontentamento fundamentava-se desde o momento em que seus filhos embarcavam no transporte escolar para percorrerem por longos caminhos e em veículos sucateados, e também, pelo fato das escolas que desconsideravam o contexto camponês desses estudantes, com isso, alguns não sentiam-se motivados a continuar estudando, aqueles que continuavam não demonstravam mais interesse ao campo, adotavam uma postura de rebeldia, não se identificavam à identidade e cultura camponesa e, consequentemente, abandonavam-se o campo, acarretando-se o êxodo rural. Essas constatações foram realidades vivenciadas por muitos estudantes e famílias camponesas de todo o Brasil, devido isso e outras situações, que surgiram os movimentos organizados para lutarem e reivindicarem pela garantia de Políticas Públicas nos territórios camponeses, neste caso, à Educação do Campo. Evidenciou-se nos resultados das pesquisas bibliográfica, documental e de campo, a importância dessas organizações sociais para o avanço e crescimento da Educação do Campo, tanto nas esferas nacional, estadual, municipal, quanto comunitário, bem como nos enfrentamentos que essa Modalidade de Ensino encontrou até consolidar-se como direito da população camponesa. Portanto, é cada vez mais necessário, semear o contexto místico dos movimentos organizados no chão das escolas do campo, nas formações das famílias e comunidade escolar. Desta forma, a Pedagogia da Educação do Campo será cultivada em solos férteis e com mais resistências nos territórios camponeses