Evolução paleoambiental do Bioma Pampa durante os últimos 17.400 anos : uma abordagem multi-proxy

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bocalon, Vitor Luiz Scartazzini
Orientador(a): Coimbra, João Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/281250
Resumo: O estado do Rio Grande do Sul apresenta grande diversidade paisagística, resultante de sua variedade geológica, pedológica, climática e vegetacional. A porção centro-sul do Estado é constituída por paisagem campestre, denominada de Bioma Pampa (BP), que se estende para além das fronteiras nacionais, avançando sobre os países vizinhos Argentina e Uruguai, constituindo-se no setor norte das denominadas Pradarias do Rio da Prata (PRP). É nesse contexto geomorfológico e vegetacional que se encontram alguns depósitos de turfas no Rio Grande do Sul, como o do município de Cacequi, local do presente estudo. Nas turfeiras são gerados ambientes estagnados e anóxicos, criando as condições propícias para a preservação de pólen e esporos, objetos de estudo da Palinologia. A interpretação destes dados permite a caracterização do ambiente deposicional no qual a turfeira foi gerada e, de maneira mais precisa, sua história vegetacional evolutiva, acompanhando os câmbios climáticos que ocorreram durante o Quaternário. Ao longo do interval de tempo estudado, no BP predominou paisagem do tipo savana, com grande contribuição de táxons tropicais, ao contrário do que ocorre nos setores uruguaio e argentino das PRP. A presente tese teve por objetivo a identificação do conteúdo palinológico presente em um testemunho de sondagem de 3,20 m, associando-o com dados estratigráficos, geocronológicos e teores de cinzas, a fim de se estabelecer as condições paleoambientais e paleoecológicas ocorrentes ao longo dos últimos 17.4 cal kyr B.P., idade relacionada ao final do Último Máximo Glacial (UMG). Foi possível observar que, ao longo deste intervalo de tempo, a diversidade vegetal se mostrou muito semelhante à atual, com a predominância de condições campestres, mesmo ocorrendo intercalações de condições climáticas secas e úmidas. Embora não tenha ocorrido mudanças vegetacionais significativas, a influência de grupos vegetais tanto subtropicais quanto tropicais se fez presente, principalmente a partir do Holoceno, momento em que se detectou maior aumento de umidade. Apesar de os dados palinológicos possibilitarem a indicação de aumento de umidade, eles não permitiram a caracterização de condições associadas à temperatura.