Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Santos, Alex Braz Iacone
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Orientador(a): |
Araújo, Francisco Gerson
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Banca de defesa: |
Nunes, Jorge Luiz Silva,
Nogueira, Marcelo Rodrigues |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
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Departamento: |
Instituto de Florestas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11309
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Resumo: |
Os impactos de barragens artificiais na estrutura da comunidade de peixes são bem reconhecidos, no entanto os efeitos de represamentos nas espécies tropicais persistentes em reservatórios são praticamente inexplorados. Este estudo investigou se represamentos afetam a morfologia corpórea de Astyanax bimaculatus, um pequeno caracídeo amplamente distribuído na América do Sul. Foram analisados indivíduos de dois tipos de habitats (reservatório e rio) em três barramentos ao longo do Rio Paraíba do Sul. Estes represamentos variam em relação ao grau de conexão entre os habitats: a) sem conexão; b) com escada de peixes de funcionamento temporário; c) e com conexão permanente. A hipótese testada é de que represamentos promovem diferenças entre habitats podendo resultar em divergência morfológica nos peixes que os habitam. A morfometria geométrica foi a técnica utilizada para obter as variáveis de forma e análises multivariadas empregadas para analisar as diferenças de forma. A Análise de Função Discriminante classificou 70,3% (distância de Mahalanobis = 1,06; P = 0,0009) dos indivíduos dentro do habitat correto, confirmando a divergência intraespecífica. Segundo a Análise Multivariada de Covariância, o habitat e o local (i.e. comparação entre os pares de reservatório–rio) explicaram 23,2% e 35,7% da variância da forma, respectivamente. Além disto, não foi encontrada interação significativa entre estes dois fatores. Os indivíduos capturados em habitat de rio apresentaram corpo mais hidrodinâmico (i.e. fusiforme), base das nadadeiras dorsal e anal encurtadas, boca relativamente voltada para cima e nadadeira peitoral situada mais anteroventralmente em comparação aos de reservatório. A menor diferença morfológica entre habitats foi constatada no barramento com conexão permanente entre reservatório e rio. Concluí-se que o represamento de ambientes lóticos é um fator atuante na diversificação de formas. Os padrões morfológicos observados são consistentes com os princípios da morfologia funcional, sugerindo a divergência adaptativa. Portanto, os impactos ambientais causados por barragens também devem ser avaliados dentro do contexto da divergência morfológica, objetivando a adoção de medidas apropriadas para o propósito de manejo e conservação. |