Trypanosoma vivax em bovinos no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Costa, Renata Vitória Campos lattes
Orientador(a): Brito, Marilene de Farias
Banca de defesa: Alonso, Luciano da SIlva, Santos, Huarrisson Azevedo, Pitombo, Cícero Araújo, Almeida, Elan Cardozo Paes de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10136
Resumo: As tripanossomíases são enfermidades causadas por espécies do gênero Trypanosoma. Em bovinos a tripanossomíase é causada pelo Trypanosoma vivax que tem origem na África tropical, onde a enfermidade representa um obstáculo para o desenvolvimento da pecuária. A expansão da enfermidade para as Américas ocorreu durante a colonização europeia, na década de 1830, e o deslocamento dos rebanhos e a adaptação do parasito à transmissão mecânica por moscas hematófagas possibilitou a disseminação dessa parasitose. No Brasil a infecção por T. vivax em bovinos foi relatada pela primeira vez no estado do Pará, em 1944, e atualmente a presença do parasito já foi registrada em diversos estados. Este estudo teve como objetivo relatar os aspectos epidemiológicos e clínico-patológicos da infecção natural por T. vivax em bovinos no estado do Rio de Janeiro. Foram diagnosticados 16 focos de infecção Trypanosoma vivax em bovinos, em 13 municípios do estado do Rio de Janeiro, entre abril de 2016 a outubro de 2018. Destes, 12 focos foram estudados com base nos dados epidemiológicos, sinais clínico-patológicos e exames laboratoriais. Os animais clinicamente afetados apresentaram anemia, diminuição do apetite, diminuição significativa na produção de leite, emagrecimento progressivo, fraqueza, alterações reprodutivas, diarreia e sinais neurológicos. Em alguns animais o quadro evoluiu para a morte. O diagnóstico laboratorial (exames parasitológico, molecular, necropsia e histopatológico) foi realizado em 284 amostras de sangue total e tecidos coletados de 280 bovinos. Os exames parasitológicos realizados em esfregaços de capa leucocitária resultaram positivos em 25 amostras provenientes de seis dos 12 focos estudados. O diagnóstico molecular através da reação em cadeia de polimerase convencional (cPCR), realizado em amostras de sangue total, detectou 46 amostras positivas em cinco dos 12 focos e em mais sete amostras positivas em fragmentos de tecidos coletados. A cPCR apresentou elevada sensibilidade diagnóstica quando comparada aos métodos parasitológicos. Das 12 vacas que morreram, nove apresentaram sinais neurológicos e, ao exame histológico, foram encontradas alterações inflamatórias principalmente no sistema nervoso central e coração, caracterizadas por meningoencefalite e miocardite linfohistiocitária multifocal; no sistema nervoso central dos animais estas lesões ocorreram com maior intensidade no cérebro em relação à medula. A tripanossomíase em rebanhos bovinos no estado do Rio de Janeiro traz preocupação devido ao seu potencial em causar prejuízos econômicos e, em face da inespecificidade dos sinais clínicos, os exames laboratoriais são fundamentais para elucidar o diagnóstico.