De Júlio Richard a Aleixo Gary: a limpeza urbana da cidade do Rio de Janeiro (1876-1877)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento, Beatriz Xavier lattes
Orientador(a): Basile, Marcello Otávio Neri de Campos lattes
Banca de defesa: Basile, Marcello Otávio Neri de Campos, Terra, Paulo Cruz, martins, Mônica de Souza Nunes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20201
Resumo: Em dezembro de 1875, a limpeza e irrigação da cidade do Rio de Janeiro deixou de ser atribuição da Câmara Municipal e passou a ser responsabilidade do Ministério do Império. Em janeiro do ano seguinte, um novo empresário assumiu esta função. Em sua curta gestão, ele agitou os jornais com opiniões acerca dos serviços. Em meio a críticas e intensas multas, Júlio Richard não teve outra opção a não ser rescindir seu contrato. Tal fato abriu caminho para que o ministro do Império chamasse Aleixo Gary à secretaria do ministério e lhe entregasse o contrato. Esse episódio marcou o início de uma trajetória na história do serviço de limpeza da cidade que consagrou, até os dias atuais, o sobrenome “Gari”. A presente dissertação buscou analisar o aspecto sanitário das ruas da cidade do Rio de Janeiro a partir do serviço de limpeza e irrigação pública realizado entre 1876 e 1877. O recorte temporal considera os quase cinco meses em que Júlio Richard esteve à frente dos serviços e os primeiros doze meses da gestão da empresa Gary. Foram analisadas e comparadas as administrações de ambas as empresas a partir das publicações nos jornais feita por parte da população sobre o serviço, abordando: 1° o caráter da mensagem (alcance), 2° a autoridade à qual os missivistas recorriam ao publicar sobre os serviços, 3° o posicionamento adotado por eles frente à situação relatada na publicação, 4° as questões específicas que motivaram a publicação. Para compor o arcabouço de informações relacionadas ao serviço, foram considerados os ofícios que à época foram trocados entre a Câmara Municipal e seus fiscais, o Ministério do Império e a Junta Central de Higiene Pública. Assim, identificamos certos aspectos das condições sanitárias das ruas do Rio de Janeiro em um contexto marcado pela difusão dos ideais de civilização e progresso bem como o papel desempenhado pela municipalidade, através dos seus agentes, na manutenção cotidiana da higiene pública. Outrossim, evidenciamos um incipiente exercício de cidadania por parte daqueles que levaram aos jornais suas demandas acerca dos serviços de limpeza e irrigação da cidade do Rio de Janeiro.